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terça-feira, 9 de setembro de 2014

“Robinson nunca rompeu com Rosalba Ciarlini. Brigou para ficar no Governo”

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Essa história de que Robinson rompeu com Rosalba é conversa. Todo mundo sabe que ele não queria romper. Ele brigou para ficar e relutou pra sair. E só anunciou o tal rompimento depois que não conseguiu sua renomeação para secretário de Recursos Hídricos”. As declarações são do deputado estadual Nelter Queiroz, “todo mundo também sabe que foi preparado o ato de renomeação de Robinson para secretário depois que a governadora voltou da viagem aos Estados Unidos, mas ela não queria mais assunto com Robinson”. completa o parlamentar.
“Em vez de fazer a gestão da pasta de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, o vice-governador Robinson Faria dedicou-se no segundo semestre de 2011 a fazer política. O seu propalado ‘rompimento’ só aconteceu depois que a governadora Rosalba Ciarlini descobriu que ele estava articulando o ingresso de seis deputados estaduais no PSD”, lembra Nelter Queiroz.
O deputado recorda que, em outubro de 2011, primeiro ano do governo Rosalba Ciarlini-Robinson Faria, o vice-governador exercera a tão sonhada interinidade. Rosalba Ciarlini viajara aos Estados Unidos e para assumir o cargo de governador em exercício, Robinson foi convencido a ser exonerado do posto de secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, que exigira para si depois da vitória da dupla nas urnas de 2010.
“Junto com o cargo de secretário e secretário-adjunto e quase todos os cargos comissionados da secretaria, Robinson também indicou dirigentes de cargos importantes em órgãos vinculados à secretaria, como o de diretor-presidente do Idema e diretor-presidente da Caern, aliás o mesmo que ele indicara no governo de Wilma de Faria”, observa o deputado.
Quando Rosalba Ciarlini voltou da viagem aos Estados Unidos, Robinson ficou certo de que retornaria ao cargo de titular da SEMARH. A renomeação nunca ocorreu. Cansado de esperar, ele exigiu uma explicação para a demora. Não recebeu nenhuma. E decidiu então anunciar o “rompimento” com a governadora que ajudou a eleger e que só passou a apoiar depois de ter rompido com o grupo da governadora Wilma de Faria, cuja reeleição apoiara em 2006.
As relações entre o vice-governador e a governadora e seu marido, Carlos Augusto Rosado já não eram das melhores. “Mas Robinson não pretendia deixar o cargo de secretário titular da SEMARH e muito menos o governo. Foi forçado a isso ao perceber que não voltaria mais ao comando da secretaria. A ida para a oposição, portanto, não foi, uma iniciativa própria, mas resposta ao que considerada desprestígio do governo que ajudou a construir”, prossegue o deputado Nelter Queiroz.
A criação do PSD foi a gota d’água para o fim do relacionamento entre a governadora e seu vice. Filiado ao PMN, Robinson decidiu se transferir para a nova legenda criada pelo então prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. O novo partido surgiu de uma costela do Democratas, presidido pelo senador José Agripino Maia, principal aliado político de Rosalba Ciarlini.
Ao articular a transferência de seis deputados estaduaispresidente para o PSD, o vice de Rosalba entrou em rota de colisão com o sistema político e com a governadora aos quais aderira em 2010. Seus novos aliados descobriram que se o PSD fosse instalado no estado já contando com uma bancada de seis deputados – o equivalente a um quarto das 24 cadeiras que compõem o legislativo estadual – a nova legenda se transformaria em uma espécie de “fiel da balança” na relação com o governo. “Ou seja, sem o PSD, o governo dificilmente aprovaria qualquer coisa”, acentua Nélter, acrescentando que outros parlamentares perceberam estar sendo usados como instrumentos de barganha e não acompanharam o vice.
Ao perceber o objetivo do seu companheiro de chapa e de do governo, Rosalba Ciarlini resolveu agir. Surgiu a oportunidade da viagem e a necessidade da governadora se ausentar do Estado e se licenciar do cargo. “A ambição de Robinson em ser governador falou mais alto e ele não percebeu que ao aceitar a exoneração de titular da SEMARH estava, na verdade, se despedindo do cargo. Robinson em vez de ser um governador em exercício discreto, fez sua própria agenda, fez pirotecnia, fez viagens ao interior e até tomou atitudes que não estavam previstas”, complementa.
Para Nelter , uma prova de que Robinson nunca rompeu nem quis brigar com Rosalba é a nota que ele divulgou depois que ela foi impedida, pelo DEM, de ser candidata à reeleição. Em junho passado, em nota sobre o episódio, Robinson escreveu: “Todo o Rio Grande do Norte conhece a divergência política que tive com a governadora Rosalba Ciarlini no episódio que resultou no meu rompimento e afastamento político no primeiro ano de governo, em 2011. As razões e motivos recíprocos foram divulgados, mas devo lembrar que jamais existiu entre nós desrespeito recíproco, prevalecendo sempre o direito de opinião e de posicionamento partidário”.

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