Preocupado com o reflexo dos desdobramentos da Operação Lava Jato no PT, o ex-presidente Lula articula com petistas um gabinete de crise para reforçar o comando da legenda a partir de 2015. Para um ministro de Dilma Rousseff, o PT será o ”governo paralelo” de Lula nos próximos quatro anos. Portanto, precisa se fortalecer para ter condições de disputar 2018, sendo ele candidato ou não. Ele quer uma espécie de grupo de notáveis para auxiliar o presidente da sigla, Rui Falcão, nos momentos em que este requisitar.
A atribuição inicial do grupo é enfrentar o impacto das denúncias de desvios envolvendo a Petrobras e sua ligação com o governo federal e dirigentes de partidos.A avaliação é que parte da executiva nacional é “fraca”, integrada por alguns dirigentes sem expressão e, portanto, com poucas condições de ajudar a cúpula na fase mais dramática do partido desde o escândalo do mensalão.
O ex-presidente quer que petistas como o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, o ex-ministro Luiz Dulci, o tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva e o senador Humberto Costa (PE) integrem essa espécie de ”executiva auxiliar”.A ideia é criar um plano de reorganização do PT e resgatar a interlocução com movimentos da base do partido.
Desde a eleição, o partido sentiu na carne a disseminação da imagem de corrupto. O desgaste não impediu a reeleição de Dilma, mas levou Rui Falcão a encomendar uma pesquisa para identificar a origem desse sentimento e tentar desmobilizá-lo.(Folha de S.Paulo)
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