A presidente Dilma Rousseff deve confirmar nesta semana os ministros convidados a permanecer no segundo mandato, mas ainda enfrenta impasses com os aliados para definir cargos principais do primeiro escalão.
Assessores de Dilma afirmam que a presidente anunciará a nova configuração de sua equipe até o Natal.
Até sexta (12), a expectativa é de que o Planalto confirme os petistas Aloizio Mercadante (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Relações Institucionais), José Eduardo Cardozo (Justiça), Arthur Chioro (Saúde) e Tereza Campelo (Desenvolvimento Social) nos cargos que já ocupam.
O PMDB espera definir seu espaço na Esplanada dos Ministérios assim que o vice-presidente, Michel Temer, voltar do México, nesta quarta-feira. A legenda quer ampliar de cinco para seis ministérios sua cota no governo.
Uma das disputas mais acirradas é pela cadeira do Ministério do Esporte, que tem PC do B, PT e o PMDB do Rio de olho na vaga.
A pasta hoje é controlada por Aldo Rebelo (PC do B), mas petistas defendem o nome de Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha de Dilma, para o posto. Nas últimas semanas, o PMDB fluminense também passou a almejar o cargo.
O ministério é estratégico porque é responsável pela organização dos Jogos Olímpicos, principal agenda do Rio, sede do evento, até 2016. Para lideranças do PMDB, o posto serviria de ”vitrine” para um nome local.
Um dos cotados é o ex-chefe de gabinete de Eduardo Paes, Pedro Paulo. Assessores de Dilma, no entanto, veem pouca chance de o PMDB conseguir a vaga.
Aliados de Aldo defendem a manutenção do ministro defendendo que a Copa do Mundo deste ano foi bem-sucedida do ponto de vista de gestão da pasta.
Já petistas que defendem Edinho afirmam que a pasta dialogará com a juventude e setores da sociedade com que o PT precisa se reaproximar.
Ministros de Dilma afirmam que uma das ideias para atender o PC do B na Esplanada seria uma permuta: o PT ocuparia o Esporte e o aliado, iria para a Cultura. A proposta, no entanto, não foi bem recebida no PC do B e a sucessão na pasta segue indefinida.
COMPASSO DE ESPERA
As negociações entre Dilma e o PMDB travaram após a presidente decidir indicar há duas semanas a senadora Kátia Abreu (TO) para o Ministério da Agricultura sem consultar o partido.
Parte do PMDB se recusa a aceitá-la como cota do partido, exigência feita pela presidente ao partido. Dilma não deve recuar da escolha, que ainda não foi anunciada oficialmente.
O PMDB do Senado, tendo Renan Calheiros (AL) à frente, tenta emplacar o senador Eduardo Braga (AM) no Ministério de Minas e Energia ou Secretaria de Portos. O presidente do Senado quer manter sob comando o Ministério do Turismo, hoje ocupado por um apadrinhado seu, Vinicius Lage.
O PMDB na Câmara quer indicar o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (RN) para a Previdência. O ministro Moreira Franco (Aviação Civil) também deve ser mantido no cargo.
O petista Jaques Wagner, governador da Bahia que encerra agora seu mandato, deve ocupar o Ministério das Comunicações.
Da Folha Online:
ANDRÉIA SADI
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
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