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quinta-feira, 28 de maio de 2015
Goste-se ou não dele,Cunha é líder político mais poderoso da história recente do Congresso!
Leia-se: “Eduardo Cunha dá a volta por cima e ressuscita a reforma política”.
Poucas vezes foi tão verdade a máxima que ensina que a política é como uma nuvem: agora se parece de um jeito, daqui a pouco de outro.
Da terça para a quarta-feira, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, foi dormir depois de amargar uma fragorosa derrota.
Por 267 votos contrários e 210 favoráveis, seus pares haviam rejeitado o sistema conhecido como distritão para eleger vereadores e deputados federais.
Se o sistema tivesse sido adotado, cada Estado seria considerado um “distrito” (por isso era chamado de distritão). E os deputados e vereadores seriam eleitos com maior número de votos, pela ordem.
Se não bastasse, a Câmara descartara a ideia de incluir na Constituição a permissão para que as empresas financiem as campanhas políticas.
No fim da tarde de ontem, a nuvem se exibia com um novo formato. Eduardo passara o dia ao telefone. Mudara, pelo menos, 40 votos. E resgatara a reforma política que parecia perdida.
Usou um truque para que a Câmara votasse outra vez a proposta de incluir na Constituição a permissão para que as empresas financiem as campanhas políticas.
Ficou assim: a Câmara aprovou emenda à Constituição permitindo que empresas financiem partidos – candidatos individualmente, não. Esses poderão receber doações de pessoas físicas.
Era o que Eduardo queria. Ele é conhecido pelo bom relacionamento que tem com empresas acostumadas a financiar partidos.
De resto, a emenda abortará a decisão prestes a ser tomada pelo Supremo Tribunal Federal que acabava com o uso em campanha de dinheiro privado. No caso, caberia ao dinheiro público pagar as contas de partidos e de candidatos.
A vitória mais estrondosa de Eduardo, porém, foi a aprovação da emenda à Constituição que acaba com a reeleição de presidentes da República, governadores e prefeitos.
A emenda ainda será votada pela Câmara em segundo turno. E pelo Senado em primeiro e segundo turnos. Mas dificilmente será rejeitada. Hoje, outros pontos da reforma serão votados.
Goste-se ou não dele, restou provado que Eduardo é, de longe, o líder político mais poderoso da história recente do Congresso.
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