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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Alcaçuz fica em alerta após ameaça de atentados e invasão de pavilhões

Uma suposta conversa entre detentos do presídio de Alcaçuz, em Nísia Floresta, deixou em alerta a cúpula do Sistema Prisional e da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte. No diálogo que seria entre detentos, é discutida a possível invasão do pavilhão 3 de Alcaçuz, morte de detentos e até atentado ao diretor do presídio e agentes penitenciários. O caso está sendo investigado.
No áudio, um detento que se identifica como "Neurose", do pavilhão 1, entra em contato com outro preso identificado como "Vovô", que estaria no pavilhão 3. Na conversa há também a participação de outros presos, através de conferência telefônica. A conversa é para cobrar apoio de "Vovô" em uma possível rebelião e invasão no pavilhão 3.
"Liguei para passar uma ciência a você. Nós estamos com irmãos de outras cadeias na linha. Para passar a ciência que nós estamos chegando, pra você fechar com nós e pra vocês derrubar aí também. Nós vai derrubar o muro e chegar aí. Aí a gente quer que você feche com nós aí", disse "Neurose" a "Vovô".
Na conversa, "Neurose" afirma que os presos do pavilhão 3 não "ajudam" sua facção criminosa. "Vovô", por outro lado, afirma que não será fácil conseguir o apoio dos demais detentos na possível rebelião.
"Você sabe que os caras não fecham o negócio fácil não. E se os caras não quiserem derrubar aqui?", questionou Vovô. "Vocês fechando ou não fechando, nós temos que tomar uma atitude. Vocês nem ajuda nós e nós só no atraso. Se for para atrasar, nós não 'tamo' nem aí pra nada e a gente vai estourar aí", retrucou Neurose. "A gente tá chegando aí porque você sempre foi nós. Se acontecer desses camaradas não fecharem mais nós, você dê um jeito para ficar do lado de nós para não deixar ninguém derramar seu sangue. Vocês fechando ou não fechando nós vai porque já está no salve geral, entendeu?", completou.
Ainda no áudio, o suposto detento do pavilhão 1 afirma que os presos farão o "salve geral" e que o objetivo é matar preso. "Vamos derrubar uns 15 ou até mais para o estado botar fé, porque eles não estão botando fé", disse Neurose aos demais que participaram da conferência. "Nós vai tomar essa atitude. Vamos mandar fazer um atentado nesse diretor aí que não tá acreditando na gente e matar uns agentes porque a gente não pode ficar assim não. O estado é nosso. Tá dominado. Eles sabem bem disso e tem que dá o que nós quer".
No fim da conferência, os presos acertam que a resposta sobre o apoio dos detentos do pavilhão 3 será confirmado posteriormente por telefone.

Investigação
De acordo com o vice-diretor de Alcaçuz, Cleibson Câmara, o caso já foi repassado para a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, que vai apurar a veracidade do áudio e possível mobilização dos presos para uma rebelião. Segundo ele, a administração do presídio já tomou providências.
"O pavilhão está em alerta. Vamos esperar a apuração", disse Cleibson Câmara.

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