Depois partem e vão embora, deixando enorme saudades.
Deixam também uma sensação de que o tempo junto conosco foi irremediavelmente curto, mas o aprendizado, os ensinamentos que elas deixaram não cabem em todas as bibliotecas da vida.
Assim foi Nataly Cândida Cavalcanti Pessoa, como um anjo que nos trouxe boas notícias, que na vida vale a pena lutar por seus ideais;
Que é preciso saber amar as pessoas e as flores e aprender a lhe dar com os espinhos
Aproveitar o máximo a presença do próximo ao nosso lado
Dar valor a cada sorriso de criança
Agradecer a Deus as primeiras horas dos raios do sol bem como agradecer o seu ocaso;
Um anjo que ensinou a muitas mulheres a não serem omissas na vida política dos seus maridos; a não se contentar em ser apenas coadjuvante, mas protagonista também;
Um anjo que ensinou que, apesar da correnteza tecnológica, do tempo apressado em que vivemos, é preciso saber ouvir as pessoas: Seus anseios, dores e alegrias.
Uma firmeza de propósitos, que desde pequena erguera uma bandeira partidária, a bandeira verde, do partido do seu pai;
O verde da esperança dos dias melhores para um povo, povo esse simples, mas determinado como o anjo que lhes anunciava que todo sonho é possível;
O coração dourado desse anjo não parava de palpitar emoções, não parava de lutar pela vida, dela e do seu povo;
Assim como seu saudoso pai, política estava no sangue, nas veias, artérias e aorta;
Um anjo mulher que soube viver o seu tempo; soube ao mesmo tempo ser esposa, mãe, irmã, tia, cunhada, sobrinha, soube enfim exercer todos os papéis e conquistar todos os atores, posto que a vida parece ser um palco, com representação real;
Soube ao mesmo tempo ser agente pública, política, adversária respeitosa com desafetos, levando tudo na diplomacia;
Seu coração dourado, mesmo com um ultimato da Medicina, não parou de viver intensamente cada momento como se fosse o único: Viajou e viajou, comemorou as bodas de um casamento maravilhoso, com esposo e preciosos filhos e, além de tudo, não largou suas atividades de agente pública;
Seu coração dourado resolveu parar quando estava em plena luta na Casa Legislativa, no pleno exercício do mandato... Na contínua luta...
Seu pai havia partido sobre um palanque político
A filha começou aquela que seria sua última viagem no salão de uma Casa Legislativa:
Um recado claro à população Bacurau que lhe outorgou o mandato: Política tava no sangue, veias, artérias e aorta.
Uma famosa música do seu partido verde, a denominada “lambada” que tocou no Arraiá, nós não sabíamos, por ironia do destino, era pra ela, a bacurau mais famosa da cidade, desde o berço. Era a despedida do nosso Anjo!
Tem pessoas que, embora tenham sido de carne e osso, são como Anjos, que de repente chegam e vão embora, deixando seu recado:
“É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há (...)”*
POR: Antônio Carlos do Nascimento, advogado
*último verso: Pais e filhos, de Renato Russo.
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