"Em nosso governo, o pobre deixou de ser marginalizado e passou a ser o protagonista da história"

O primeiro dia da caravana Lula Pelo Brasil na Paraíba foi marcado por um grande ato de recepção ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em João Pessoa, na noite deste sábado (26). Durante o evento, Lula foi homenageado pelos paraibanos, recebeu o título de cidadão pessoense e afirmou que não poderia entrar para a história como mais um presidente que esqueceu a região Nordeste.

"Nos nossos governos, o pobre deixou de ser marginalizado e passou a ser o protagonista da história. Nós não queremos tirar nada de ninguém. A gente quer é colocar o filho do mais pobre ao lado do filho do mais rico no banco da universidade", disse o ex-presidente.

Realizado na Praça Ponto de Cem Réis, no centro de João Pessoa, o evento "Por Mais Cidadania, Direitos e pela Democracia" reuniu representantes de movimentos sociais, índios dos povos Potiguara e Tabajara, além do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, e os senadores Lindberg Farias e Fátima Bezerra.

Lula voltou a criticar o desmonte do Brasil promovido pelo governo de Michel Temer e disse que o que está em jogo agora no país é evitar a destruição do patrimônio brasileiro. "Esse país precisa manter sua soberania. Estão vendendo a casa da moeda. A moeda é um patrimônio do país. E eles não estão vendendo para fazer investimento. Estão vendendo para atender aos interesses do mercado estrangeiro. Eles querem vender tudo rápido, porque sabem que se tiver eleição, não vamos deixar eles entregarem o patrimônio de vocês", comentou.

Sobre a Lava Jato, o ex-presidente desafiou delegados e procuradores a provarem algo de errado em suas contas. "Eu desafio qualquer um a provar um centavo de errado nas minhas contas. No dia que provarem qualquer coisa contra mim, eu virei aqui com a mesma dignidade de hoje pedir desculpas. Quero dizer a vocês que tem prova no meu processo. Tem prova da minha inocência".

Para Lula, o que está sendo julgado é o fato de seu governo ter transformado a Petrobras na segunda maior petrolífera do mundo. "O que eles estão julgando não sou eu, é a Petrobras ter passado de investir 3 Bi em pesquisa e desenvolvimento para investir 30 bi. Eles não acreditavam que nós seríamos competentes para tirar o óleo que descobrimos no Pré-Sal", reforçou o ex-presidente, que lembrou ainda outros avanços dos governos do PT no Brasil, como o acesso democrático ao ensino superior. "Com o ProUni, trocamos dívidas das faculdades particulares por vagas para alunos carentes das escolas públicas. E 40% tinha de ser de negros".