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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

ISSO TUDO ACONTECENDO E EU AQUI NA PRAÇA ,DANDO MILHO AOS POMBOS!

Segundo delator, "Benes teria pedido R$ 12 milhões para comprar lideranças para Henrique em 2014"
Benes Leocádio
O empresário Fred Queiroz, apontado na operação Manus como um dos operadores do suposto esquema criminoso comandado pelo ex-ministro Henrique Eduardo Alves, disse em delação premiada que o atual presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), Benes Leocádio, e o empresário Aluízio Dutra, ambos integrantes da coordenação da campanha de Henrique ao Governo do Estado em 2014, atuaram como distribuidores de recursos que foram utilizados para a compra de apoios políticos naquele pleito.
As informações constam no termo de colaboração premiada assinada por Fred Queiroz com o Ministério Público Federal e o Ministério Público do RN. Parte dos documentos foi revelada neste domingo, 5, pelo “Blog do BG”.
Em um dos depoimentos aos procuradores, Fred relata que Benes, coordenador geral da campanha no interior do estado no primeiro turno, procurou Henrique em Mossoró em setembro de 2014 para solicitar entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões, valores que seriam destinados à compra de apoio político, o que, segundo o coordenador, garantiria a vitória sem necessidade de segundo turno.
De acordo com o delator, o contato, que teria contado ainda com participações de Paulo Emídio de Medeiros, atual prefeito de São Gonçalo do Amarante, e Fabiano de Souza, então prefeito de Serrinha, aconteceu a duas semanas da eleição. Benes teria afirmado na oportunidade que a quantia era necessária até o final da semana em curso, “pois se passasse disso seria a mesma coisa que ‘remédio vencido’”.
Ainda segundo Fred Queiroz, Henrique afirmou aos coordenadores de sua campanha que não havia possibilidade de ele viabilizar o valor pedido, mas que tentaria conseguir alguma verba junto às empreiteiras Odebrecht e JBS. Após isso, o empresário disse ter tomado conhecimento de que havia “chegado” R$ 5 milhões ou R$ 7 milhões em espécie provenientes de “Joesley”, possivelmente Joesley Batista, diretor do Grupo JBS.
Este valor, supostamente enviado pela JBS – que Fred Queiroz suspeita ter sido obtido por meio do então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não foi declarado na prestação de contas da campanha de Henrique em 2014, de acordo com o delator. A entrega teria sido feita no Hotel Ocean Palace, em Natal, a José Geraldo, assessor particular de Henrique, por um casal que viera de Mato Grosso em um avião particular.
Após isso, segundo informações do delator, o auxiliar de Henrique levou os valores em uma mala para a casa da sogra dele, localizada em Morro Branco, zona Leste da capital. No dia seguinte, de acordo com Fred, Benes compareceu ao local com uma relação de pessoas a quem os valores deveriam ser repassados. O delator afirmou aos procuradores ter testemunhado a entrega dos recursos.
HIERARQUIA
Em sua delação, Fred Queiroz contou aos procuradores que a compra de apoios políticos seguia um “escalonamento”. Em um primeiro escalão, os deputados estaduais tratavam da negociata diretamente com Henrique Alves, que transferia os recursos por meio de doações oficiais.
Num segundo escalão, era Benes Leocádio quem fazia a interlocução com prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e demais lideranças municipais. Os valores, no primeiro turno, foram pagos, segundo o delator, em valores em espécie não contabilizados. Havia ainda outros agentes responsáveis pelo contato com lideranças de Mossoró, segundo maior colégio eleitoral do estado.
SEGUNDO TURNO
Fred Queiroz contou também aos procuradores que, no segundo turno, devido às “dificuldades em obter recursos”, Benes Leocádio se afastou da coordenação da campanha no interior, função esta que passou a ser exercida por Aluízio Dutra. O novo coordenador teria dito a Fred, após a mudança, que a campanha receberia entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões por meio de doações oficiais e que seria necessário utilizar um contrato com a Prátika Locações, empresa de Fred, para viabilizar o uso desses recursos.
Segundo o delator, a quantia foi depositada na conta bancária de sua empresa, mas não foi efetivamente usada para custeio de despesas com mobilização de rua – atividade para a qual a Prátika foi contratada pela campanha. Exceto R$ 200 mil que foram retidos para gastos com estrutura de campanha, todo o restante do valor, de acordo com Fred, “foi sacado em espécie e entregue a Aluízio Dutra ou foi transferido para prefeitos, ex-prefeitos e lideranças municipais”.
O delator informou ainda aos procuradores que, de todo o valor recebido durante a campanha por meio de sua empresa, a Prátika Locações, – cerca de R$ 9 milhões – apenas R$ 5 milhões foram usados para custear despesas contratuais. O restante serviu para a compra de apoios políticos.

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