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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

ARQUIVO: UMA PROFESSORA COM SUA VOZ SOLITÁRIA!!!


Quando Riachuelo não tinha uma creche decente.
Quando a merenda não dava para satisfazer o mínimo da nutrição infantil;
Quando os poucos colchões disponíveis eram rasgados e sujos;
Quando não havia nos banheiros apertados e sem água, não havia sequer um sabonete para banhar as crianças;
Quando não havia fardamento nem material didático;
Quando não havia brinquedos lúdicos;
Quando não havia fraldas nem toalhas;
Quando havia muito calor nas salas apertadas e nem um ventilador havia...

Então, eu me indignava e protestava por essas enormes falhas;
Cobrava soluções da então administração
Mas eu era uma voz solitária...
Não havia estímulo para dar aulas...
Ver crianças sofrendo maus tratos pelo descaso...
Por isso fui mal compreendida e meu discurso, muitas vezes, distorcido por mentes malignas...
Talvez por falar a verdade, cortaram meu salário de um mês, fizeram boicote, no intuito de não ter nenhuma criança em minha classe; convocaram mães, incentivando-as a dizer que não queriam que eu ensinasse seus filhos; convocaram reuniões, com mais de trinta acusadores sem nenhuma acusação plausível; mudaram meu expediente; tentaram me expulsar da creche, colocando o prefeito na parede, que tinha que escolher entre eu ou uma das suas mais ardorosas eleitoras...
Recorri à Justiça várias vezes, a qual sempre me deu razão...
Procurava a Justiça por ser perseguida, constantemente...
Jamais fui uma má profissional.
Nesse período, como as demais professoras, dava um presente, a todos os alunos, na comemoração dos dia da criança, sem esperar nada em troca.
Afinal, o sorriso de uma criança, o olhalzinho de contentamento, não tem preço, não tem dinheiro que pague.
Por isso que Deus diz, na Bíblia, que dos pequeninos é o Reino dos Céus.
Agora, os tempos são outros...
Dificuldades existem, mas o cenário é muito, MUITO DIFERENTE de outrora.
Hoje, vejo crianças estudando num espaço condigno, vejo a infância em nossa cidade ser respeitada

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