A entrevista do pastor Silas Malafaia à Globo News na noite da última quinta-feira, 29 de novembro, abordou diversos pontos do atual contexto político do Brasil, com foco na composição do próximo governo, liderado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Malafaia falou sobre a composição do governo, a postura parcial da mídia ao longo dos últimos anos e também sobre a ausência, até aqui, do senador Magno Malta (PR-ES) entre os nomes indicados para a Esplanada dos Ministérios.
Segundo o pastor, se Malta realmente ficar fora da equipe ministerial, será um gesto de ingratidão de Bolsonaro: “Magno Malta foi o primeiro camarada a acreditar em Bolsonaro e viajou o Brasil inteiro para ajudá-lo. Magno foi um guerreiro. Ele que me convenceu a apoiar Bolsonaro. Sou um apoiador intransigente de Bolsonaro, mas não sou subalterno. Também não sou obrigado a concordar com tudo o que ele fala”, declarou ao jornalista Mario Sérgio Conti.
Malafaia já havia criticado a postura de Bolsonaro em relação a Magno Malta anteriormente, em entrevista à Folha de S. Paulo na quarta-feira. Nos bastidores há quem interprete a postura barulhenta do pastor como uma pressão para que o nome do senador seja escolhido para os ministérios que ainda não foram anunciados.
Quando Conti questionou Malafaia sobre a recusa de Magno Malta para compor a chapa como vice de Bolsonaro, o pastor explicou que a decisão foi tomada por questões internas: “O presidente do PR fez um acordo com Centrão [que fechou apoio a Geraldo Alckmin (PSDB) nas eleições]. O Magno não é líder do PR. Valdemar da Costa Neto, que estava acordado com o Centrão, falou que não ia fazer acordo com Bolsonaro. Magno em momento nenhum esnobou o Bolsonaro”, afirmou.
O pastor discorda de que exista uma disputa de poder da parte dos evangélicos dentro do governo: “Eu acredito mais que tem os militares, os filhos [do presidente] e a área econômica [na disputa]. Na equipe dele tem esses três grupos, mas não tem os evangélicos [disputando força]”, argumentou.
Sobre o período do Regime Militar, Silas Malafaia propôs uma reflexão, dizendo que foi um mal necessário: “Teve ditadura sim. A ditadura foi um remédio ruim para um mal pior. Havia gente querendo implantar o comunismo no Brasil. Mas dizer que não houve ditadura, com a imprensa cerceada, é querer que eu acredite em Papai Noel”.
Em seguida, criticou a imprensa por sua parcialidade no episódio da menção de Bolsonaro ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra no Congresso Nacional, durante a votação do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT): “Quando o Bolsonaro fez um elogio ao coronel Ustra, outro deputado [Glauber Braga (PSOL-RJ)] tinha elogiado [Carlos] Marighella, que foi um assassino. […] Para mim, assassino do Estado e assassino que quer tomar o poder é a mesma coisa”, conceituou.
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