Mãe é presa por matar filho e inventar que ele foi atacado por um bode
Investigações concluíram que mulher agrediu criança de 1 ano e 4 meses até que ela viesse a óbito. Padrasto também está envolvido no crime e segue preso
A mãe do bebê de 1 ano e 4 meses morto em agosto de 2018 na cidade de Queimadas, no Agreste da Paraíba, foi presa na manhã desta terça-feira (29) suspeita de homicídio qualificado contra o filho. De acordo com o delegado Seccional da Polícia Civil, Iasley Almeida, além do padrasto que já está preso suspeito de agredir a criança, foi constatado que a mãe também agrediu o filho. Na época do crime, a mãe havia dito à polícia que a morte do menino foi causada pela cabeçada de um cabrito.
O laudo pericial feito ainda no mês de agosto do ano passado pelo Núcleo de Medicina e Odontologia Legal de Campina Grande (Numol) reforçou a suspeita de que o padrasto, Márcio José Silva Tavares, de 30 anos, agrediu e matou o enteado. O crime aconteceu no dia 5 de agosto.
Segundo o delegado, foi constatado que Davi Luca morreu após sofrer chutes e pontapés. Amanda Serafim da Silva, de 19 anos, já havia sido incluída no inquérito após as investigações revelarem que a criança vinha sendo agredida há algum tempo.
Amanda foi presa na zona rural de Queimadas. A polícia começou a suspeitar da mãe da criança quando a versão dada por ela, em agosto do ano passado, não bateu com os laudos que mostravam que a lesão no bebê teria sido causada no domingo (5) e não no sábado (4) como a mãe havia dito em depoimento.
A conclusão do inquérito apontou ainda que a criança não morreu após engasgar ou ser atingida na cabeça por um cabrito, como relatou a mãe do bebê em duas versões dadas à polícia.
Amanda Serafim da Silva foi levada para a Delegacia da Polícia Civil de Queimadas, onde permanece detida aguardando audiência de custódia.
Bebê agredido outras vezes
Em outra ocasião, o delegado responsável pelo caso na época, Cristiano Santa, disse que além do documento que reforça a suspeita de que foi o padrasto que matou a criança, após ouvir familiares e colegas de trabalho da mãe e do suspeito durante as investigações, foi constatado que o bebê já havia sido agredido outras vezes.
Ainda de acordo com o laudo, a lesão encontrada no baço da criança leva rapidamente à morte e o menino não sobreviveria até o dia seguinte (domingo), quando foi levado para o Hospital Geral de Queimadas pela mãe.
“O mais interessante é que o laudo mostra que a lesão da criança foi causada no domingo e não no sábado como a mãe tinha dito e por isso ele não teria como sobreviver. Ele não especifica com que objeto o ferimento foi causado, mas diz que foi um meio contundente, como uma forte pancada”, disse o delegado em outra ocasião.
Entenda o caso
Márcio José Silva Tavares, de 30 anos, foi preso no dia 10 de agosto de 2018 suspeito de espancar e matar o enteado, Davi Luca, de apenas 1 ano e quatro meses de idade, em Queimadas. Segundo o delegado Cristiano Santana, ele teria ameaçado a companheira e mãe da criança para que ela não contasse sobre o crime.
Na delegacia, a mulher contou que estava sendo ameaçada. Segundo ela, o filho estava chorando muito, ela tentou acalentar a criança, mas não conseguiu. O padrasto arremessou o menino ao chão e começou a chutá-lo. Um dia depois, ela negou essa versão e voltou a afirmar que a morte do filho foi causada por uma cabeçada de um cabrito perto da casa onde morava, no Sítio Capoeira. Davi Luca morreu após ser levado ao Hospital Geral de Queimadas.
Davi Luca morreu após ser levado ao Hospital Geral de Queimadas por ter sido atingido com pancadas na cabeça — Foto: Reprodução/TV Paraíba
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