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quinta-feira, 30 de maio de 2019

Professores e alunos contra greve são impedidos de entrar em escola e registram BO



“Me sinto tolhida e privada do meu direito de poder trabalhar e fazer aquilo que mais amo, que é lecionar para meus alunos”. O desabafo é da professora Rejane Andrade, que leciona Língua Portuguesa na Escola Estadual Marcelina de Campos, localizada no bairro Santa Amália, em Cuiabá.

A professora, juntamente com outros profissionais e alunos da escola, é contra a greve dos professores, mas está sendo impedida de adentrar em seu local de trabalho para exercer suas funções.

Segundo ela, a decisão pela adesão à greve não foi discutida e nem acordada com todos os profissionais da escola, mas com apenas alguns servidores.

Por conta disso, professores registraram boletim de ocorrência de “preservação de direito” contra a direção da unidade escolar.

“Os portões da escola foram fechados e nós fomos proibidos de registar o ponto e de trabalhar. Mas isso não pode acontecer, pois a escola não pode nos impedir de entrar e nem negar atendimento à comunidade”.

A coordenadora pedagógica da escola, Claudia Pereira, também se diz revoltada com a atitude da direção.

“Estou sendo privada da minha liberdade de expressão e do direito de ir e vir, simplesmente por me posicionar contra algumas ações que acontecem dentro da unidade escolar”, disse a coordenadora, acrescentando que a escola deveria discutir com os alunos, pais e responsáveis sobre os motivos da greve.

“Solicitamos que a escola fizesse uma assembleia com toda a comunidade e que o sindicato também participasse para esclarecer os motivos da greve, porém essa assembleia não aconteceu. A gestão da escola apenas passou nas salas de aula avisando que todos iriam aderir à greve”, completou a coordenadora.

Os alunos da escola Marcelina também não concordam com a greve e nem que os portões fiquem fechados. Caio Barbosa, 16 anos, acredita que a greve poderá prejudicar os alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será realizado no mês de novembro. “Aqui na escola tem muitos alunos que vão fazer o Enem e dependem das aulas para se preparar”.

“Foi um crime o que fizeram conosco e o que me deixa mais triste foi a coação que o sindicato fez para que todos aderissem à greve. Quero deixar claro que não sou da categoria do Sintep, sou da categoria dos professores de Mato Grosso, então não posso assinar embaixo do que ele faz e da maneira como faz, pois acredito que a escola deva ser um espaço democrático e de diálogo”, disse Rejane Andrade.
 
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