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quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Esquerda deveria fazer autocrítica proposta por Cristovam Buarque

Ex-senador afirma que os partidos progressistas e democratas ficaram 26 anos no poder e deixaram o país "mais radicalizado, violento e corrupto”

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Se, de saída, o problema da esquerda brasileira sempre foi a autocritica, o ex-senador Cristovam Buarque (PDT) deu uma largada retumbante. Em artigo, não poupa nem gregos nem troianos do chamado campo progressista e democrático brasileiro. Sem um pingo de dó, afirma que os governos dos últimos 26 anos se mostraram um evidente e visível fracasso.

A análise do também ex-governador (DF) é implacável: “No nosso período, o país ficou mais radicalizado, violento e corrupto”. Mesmo apontando os avanços pós-democratização do país, Buarque parte do princípio de que os democratas não fizeram “as transformações que o Brasil necessita e que a história esperava de nós”.


Apesar de o texto ser prolixo e lamuriento, não propõe alternativas globais e só arranha alguns palpites genéricos sobre educação – afinal, Buarque dirigiu o MEC no governo Lula. Mas é preciso ao apontar miopias que impedem à militância enxergar o obvio: “Fomos eleitos para reformar o Brasil e ficamos contra as reformas”.


Muito longe da autoimolação, enxergar os próprios erros é conselho universal e por aqui pouco colocado na prática (por motivos empre eleitorais e jamais ideológicos). Autocrítica – diga isso a um petista e serás esculachado – é um jargão dos velhos comunistas que adotam o materialismo histórico como ferramenta para a elaboração de estratégias de luta.

Nas redes sociais, entre os “progressistas”, a repercussão ao artigo de Buarque foi do impropério à excomunhão. Vai entender essa geração de revolucionários que ajudou a colocar no poder um legítimo representante da extrema-direita. Não querem nem debater, como seria a obrigação dos herdeiros do marxismo. Depois não digam que foi por falta de aviso

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