TRATAMENTO COM HIDROXICLOROQUINA E AZITROMICINA TEM SUCESSO EM MAIS DE 50 PACIENTES DA PREVENT SENIOR, MAS QUARENTENA É ESSENCIAL
O Antagonista
A rede do plano de saúde Prevent Senior iniciou na semana passada o protocolo de uso da hidroxicloroquina associada à azitromicina para pacientes com a Covid-19. Em entrevista a O Antagonista, o diretor-executivo Pedro Benedito Batista Júnior revelou que o tratamento teve sucesso em mais de 50 pacientes.
“Pacientes que entraram na terapia e estavam já em entubação apresentaram melhora e alguns já foram extubados. Da mesma maneira, tivemos mais de 50 pacientes positivos que internaram, iniciaram o tratamento, os sintomas foram controlados e agora estão em domicílio”, diz.
Batista Júnior explica que a maior parte dos pacientes apresentavam comprometimento de até 25% da capacidade respiratória e, em outros, o dano já era superior (entre 25% e 50%). Além de febre, eles apresentavam dispneia – dificuldade de respirar.
“O problema da Covid-19 é que os primeiros sintomas ocorrem já no pico máximo da inflamação. A gente introduz a hidroxicloroquina para conter essa ‘tempestade inflamatória’ no organismo.
O que ela faz? Eleva o pH do meio celular e impede que a membrada do vírus possa se acoplar à membrana da célula saudável e jogar para dentro dela todo o seu RNA, e a partir daí se replicar.”
A azitromicina, segundo o médico, é usada para “frear alguma outra infecção oportunista, estabilizando a imunidade do paciente”.
Batista Júnior pondera que os testes ainda estão no início e é cedo para consolidar esse protocolo de tratamento. “Quando eu tiver 1000 pacientes que forem tratados nesse protocolo, aí a gente vai compilar os resultados, fazer uma análise critica de todos os fatores, com todos os exames de cada pessoa, para poder ter um cenário sólido.”
O médico também alerta para a necessidade de manter o isolamento social, essencial para evitar o aumento do contágio. “O tratamento com a hidroxicloroquina tem se mostrando extremamente animador, mas o que mais tem controlado a entrada de pacientes no hospital é a quarentena. Nesse momento, é fundamental que a gente não tenha uma superlotação, o que poderia comprometer a própria capacidade de tratarmos todos.”
Ele avisa que a população brasileira ainda está se contaminando e não se sabe qual será o cume da curva epidêmica. “Há um furor para se quebrar a quarentena nos próximos 15 dias, o que é muito perigoso.”
Batista Júnior dá como exemplo a exposição de mais de 600 mil idosos na primeira semana de vacinação da gripe comum. “O que aconteceu no dia de ontem? Um aumento de 42% nas internações de idosos que contraíram o vírus na segunda-feira.”
O médico corrobora a informação de que o grupo de maior risco é formado por idosos acima de 80 anos, com alguma comorbidade (hipertensão, diabetes etc), mas também teve de tratar com hidroxicloroquina pacientes jovens e saudáveis, entre 20 e 50 anos.
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