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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Para presidir a Câmara dos Deputados a partir de fevereiro, Henrique alega que PMDB fez a mesma coisa com o PT



A partir de agora, Henrique trabalha para suceder Michael Temer na presidência da Câmara
Ainda na entrevista que concedeu ao blogueiro da Folha de São Paulo, Josias de Souza, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB) também comentou a articulações de bastidores para ele suceder o vice-presidente eleito Michael Temer (SP) na presidência da Câmara dos Deputados.


- Soube que o sr. e Cândido Vaccarezza [candidato do PT à presidência da Câmara] firmaram um armistício. É fato? Sim. Vamos tirar isso de pauta agora, porque é coisa para se resolver só em fevereiro. Temos uma pauta complicada pela frente: mais de dez medidas provisórias para votar e a formação do governo, que exige entendimento entre os aliados. Esse assunto [o comando da Câmara] pode aguardar um pouco. - Acha possível resolver pacificamente as pendências com o PT? Ninguém no PMDB está apostando em confronto com o PT. Não haverá. Não há a menor hipótese.
- Definiu-se que PMDB e PT dividirão o comando da Câmara na próxima legislatura. Mas ambos querem ocupar a presidência no primeiro ano. Como resolver? Na atual legislatura, a maior bancada é a nossa. Tivemos o bom senso de entender que, em nome do melhor relacionamento, era importante fazer uma concessão. E fizemos. No primeiro biênio, foi o Arlindo [Chinaglia]. E, só depois, o Michel [Temer]. Não há razão para mudar esse critério.
- A partir de 2011, o PMDB terá menos deputados que o PT. Isso não enfraquece a sua posição? Não enfraquece porque, na atual legislatura, o PT era a menor bancada e, por boa vontade do PMDB, ocupou a presidência antes de nós. Foi um gesto que fizemos para conciliar. 
- No Senado, o PMDB invoca a condição de dono da maior bancada para reivindicar a presidência, não? No Senado é diferente. É uma questão regimental, está previsto no regimento que o maior partido tem direito de indicar o presidente. Não dá para envolver o Senado na negociação da Câmara.
- Como obter um consenso na Câmara? Quem vai ser o primeiro ou o segundo, o tempo dirá. O importante é que PT e PMDB se entendam nesse revezamento. Deu certo no governo Lula e, agora, tem mais razões ainda para dar certo. Não teremos mais o Lula, que matava no peito e resolvia as questões. Tinha crise, dificuldade, derrota, o Lula chamava e resolvia. Dilma vai ter que ser muito mais ajudada pelo conjunto dos partidos. Nós vamos ajudar.
- E quanto aos outros partidos com direito a voto na Câmara? Num primeiro momento, é preciso construir um entendimento entre os dois maiores partidos, o PMDB e o PT. Isso já será um sinal de maturidade. Num segundo momento, aquele que for escolhido terá de tentar ser o candidato de toda a Câmara, um representante das forças do governo e da oposição, do maior ao menor partido. Até porque, aquele que for o presidente terá o dever de encaminhar reformas importantes, como a política e a tributária. Será necessário o consenso.
- O DEM parece preferir o nome de Vaccarezza ao seu. Alega que o PMDB não pode presidir as duas Casas. Como reverter? Seria uma incoerência. Há dois, anos o DEM veio conosco, ajudou a eleger o Michel [Temer]. Não questionou que o Senado fosse nosso também. Não creio que será diferente agora.
- Acha que a fricção entre PMDB e PT pode resultar em desavença? Quem quiser incendiar isso aí [a disputa pelo comando da Câmara] não vai encontrar pólvora. Eu não vou deixar. Temos o dever de nos entender. O PMDB está num novo momento. Não tem esse negócio de brigar por cargos, criar problemas. Temos que ir para o governo [Dilma] ajudando a construir. É diferente do outro [o de Lula], que a gente apoiou e encontrou pronto. Agora, nós somos coresponsáveis.

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