Trump agradece apoio de eleitores ao ser gfarantido como próximo presidente dos EUA. Na foto, é visto pelo vice, Mike Pence, e o filho Barron.
O magnata republicano Donald Trump fez História e, contra todas as previsões, alcançou delegados suficientes no Colégio Eleitoral para ser eleito o novo presidente dos Estados Unidos, derrotando a democrata Hillary Clinton, ex-secretária de Estado. Ao ser projetado vencedor pela AP em Pensilvânia e Wisconsin, bateu a marca requerida de 270 representantes no sistema distrital para ser eleito.
A mera possibilidade de sua vitória derrubara o mercado futuro em Dow Jones, bolsas na Ásia na abertura do pregão pela manhã no continente, e fez o peso mexicano sofrer sua maior baixa histórica. Hillary não havia admitido abertamente a derrota até a última atualização desta matéria, mas, segundo a CNN, admitiu derrota em ligação ao republicano.
O discurso de vitória foi de união, pedindo união até com democratas que nunca o apoiaram.
"A secretária Hillary me ligou e ela nos parabenizou, e eu a parabenizei pela nossa duríssima luta. Hillary lutou duramente por muito tempo. Temos uma grande dívida com ela por seu serviço — disse ele no evento de vitória, em Nova York. Agora é hora de nos unirmos como um povo só. É a hora. Prometo que serei o presidente para todos os EUA. Vamos renovar o sonho americano. Nosso país tem um tremendo potencial. Nossos homens e mulheres não serão mais esquecidos", disse Trump.
Ele prometeu que a infraestrutura e o respeito à população serão priorizados, antes de assumir seu típico jeito brincalhão usado em comícios.
Vamos sonhar com coisas boas e bem-sucedidas para o nosso país — disse, antes de brincar: Essa coisa de briga política é dura, não?", fez piada.
Ele depois elogiou e agradeceu vários apoiadores e aliados que o acompanharam durante a campanha, entre generais, políticos republicanos e o Serviço Secreto.
"Para este momento ser histórico, temos que fazê-lo dar certo. Esperamos fazer um trabalho que faça vocês tão orgulhosos. Eu amo este país. Obrigado!", disse, antes de sair ao som de "You can't always get what you want", dos Rolling Stones, música frequentemente tocada em seus comícios.
Apuração surpreende
Apesar de a apuração começar sem surpresas, a maré começou a virar a favor de Trump após vitórias nos estados-chave de Pensilvânia, Flórida, Carolina do Norte, Ohio, Geórgia e Iowa. Com a conquista de delegados nos locais, muito disputados com Hillary, ele ficou com um caminho cada vez mais aberto para consolidar sua vitória. Os primeiros resultados parciais durante o dia indicavam uma grande participação, o que, em tese, beneficiaria Hillary — analistas indicam que os democratas têm melhores resultados em eleições com grande participação, pois o voto não é obrigatório.
"Essa equipe tem muito do que se orgulhar. O que quer que aconteça esta noite, obrigada por tudo", escreveu Hillary no Twitter, por volta da meia-noite (hora de Brasília) quando os republicanos começavam a ampliar sua vantagem na apuração.
Ao final da noite, o chefe da campanha de Hillary, John Podesta, apareceu tarde da madrugada, naquele que seria o evento de vitória, apenas para pedir ao público que fosse para casa — sem declarar derrota.
Bilionário e ex-estrela de televisão, Trump, aos 70 anos, nunca havia sido eleito, mas soube interpretar como ninguém - e contra todos os prognósticos - os temores de uma classe média branca frustrada em um mundo em transformação. Tido como anti-imigrante e sexista, impulsivo e corrosivo, denunciado por várias mulheres que disseram ter sido abusadas por ele, marcou para sempre um estilo de fazer campanha política. A cúpula do Partido Republicano praticamente lhe deu as costas abertamente.
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