Em entrevista à rádio "Jovem Pan", nesta segunda-feira, Ciro Gomes, pré-candidato ao Planalto pelo PDT, chamou o vereador paulista Fernando Holiday, do DEM, de "capitãozinho do mato". Holiday classificou a fala do pedestista como racista e afirmou que vai processar o ex-ministro. Ele, que ainda está em seu primeiro mandato, é um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL).
Esse Fernando Holiday é o capitãozinho do mato. A pior coisa que tem é um negro que é usado pelo preconceito para estigmatizar. Esse era o capitão do mato no passado - disse o pré-candidato do PDT ao tratar sobre a possibilidade de uma aliança com partidos do campo de centro-direita, como o DEM.
O vereador reagiu poucos minutos depois pelo Twitter. Holiday escreveu que nos tempos de hoje "racistas como Ciro" não são tolerados. Ele ainda chamou o pedetista de "destemperado e frouxo".
— Está acostumado a ofender mulheres, homossexuais no estado dele, mas aqui em São Paulo ele vai ter que me respeitar. Não estamos mais no tempo em que racistas como Ciro são tolerados. Vai responder por isso na Justiça - escreveu o vereador. - Em agenda pelo estado do Amapá fui informado de que fui alvo de ofensas raciais pelo Ciro Gomes, ele me chamou de "capitãozinho do mato". A gravidade do ato foge da esfera política. Não é divergência ideológica, mas injúria racial pura e simples. Nossa conversa será na Justiça - disse Holiday em outra mensagem.
Em um evento durante esta segunda-feira, Ciro explicou sua declaração. O presidenciável aifrmou que os capitães do mato eram negros contratados pelos senhores de escravos para perseguir escravos.
— Esse rapaz faz apologia do fim das cotas em um país em que a população negra é a primeira vitima da violência, a primeira vítima da exclusão do ensino de qualidade. Portanto, capitão do mato é uma metáfora segura que eu tenho de que ele faz esse papel em pleno século 21 — disse.
Holiday é conhecido por posições polêmicas. Dentre elas, o vereador defende, por exemplo, a revogação das cotas para negros em concursos públicos e já chegou até mesmo a propor a revogação do dia da consciência negra. Ele argumenta que a política cotista reforça o racismo e não ajuda os negros.
O GLOBO
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