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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

ENCURRALADA, FÁTIMA BEZERRA PRECISA EXPLICAR AO RN AS CONTRADIÇÕES DE SEU GOVERNO




O retorno da governadora Fátima Bezerra (PT) ao Rio Grande do Norte exigirá dela muito mais do que a prestação de contas da agenda internacional na França, Itália, Alemanha e China. Dois temas bem espinhosos esperam a petista com explicações convincentes:

1 – A reforma da previdência estadual, nos moldes da reforma da Previdência da União, que o governo prepara para encaminhar à Assembleia Legislativa;

2 – A acusação feita pelo ex-ministro Antônio Palocci de que Fátima recebeu propina da empreiteira Camargo Corrêa, estampado ontem, 2, pela revista Crusoé.

No primeiro caso, a explicação é exigida por todas as categorias de servidores públicos, que acompanharam a governadora no discurso radical contra a reforma da previdência da União. Como Fátima vai reformar a previdência estadual, nos moldes da reforma da previdência da união, se ela bateu duro e acusou o presidente Bolsonaro de castigar os velhinhos e retirar direitos dos brasileiros?

A explicação de Fátima é prejudicada por sua retórica. Ela sempre soube que a reforma da Previdência era necessária e urgente, porém, optou pelo discurso político de ataque ao Governo Federal, acompanhando os interesses partidários em detrimento do debate em defesa do País. Agora, vai ter que engolir cada sílaba dita contra a reforma, e tentar convencer os servidores, hoje ex-companheiros, de que a reforma é necessária para equilibrar as contas públicas.

No segundo caso, é a sociedade em geral que exige uma explicação urgente e convincente. A delação premiada de Antônio Palocci, ex-companheiro de Fátima no PT, coloca a governadora do RN na lista dos políticos que receberam propina da Camargo Corrêa para bancar as eleições de 2010. Naquele ano, Fátima se reelegeu deputada federal. Palocci, segundo documento obtido pela revista Crusoé, afirmou que ele negociou a propina para Fátima e para a atual presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann.

Palocci foi contundente ao afirmar à Polícia Federal que Gleisi Hoffmann e Fátima Bezerra “tinham plena ciência da origem ilícita das doações realizadas pela Camargo Corrêa.”

A notícia ganhou manchete nacional no dia passado. A assessoria de Fátima Bezerra emitiu uma nota negando envolvimento da governadora no rumoroso caso. A nota afirma que “a empresa Camargo Corrêa não fez doação à campanha da então candidata à deputada federal em 2010, conforme registrado no site do Tribunal Superior Eleitoral .” E destaca que as contas da campanha de Fátima foram devidamente aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Por fim, garante que “Fátima Bezerra e sua coordenação de campanha jamais trataram com a Camargo Corrêa e com Antônio Palocci, sobre a campanha de 2010 ou qualquer outra, e esperam que as informações sejam devidamente apuradas e esclarecidas.”

A nota é frágil, porque a suposta propina, conforme Palocci, não entrou na doação legal de campanha, logo não poderia ser apresentada em prestação de contas. Portanto, se faz necessário uma explicação mais firme, contundente, para que não sobrem dúvidas sobre a reputação -

Por César Alves

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