Estudo associa enfarte à falta de perdão
Espiritualidade também está relacionada ao problema cardíaco que mata cerca de 300 mil brasileiros por ano
Durante o 40º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) foi apresentado um estudo que associa a falta de perdão ao enfarte elaborado pela psicanalista Suzana Avezum
Durante o 40º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) foi apresentado um estudo que associa a falta de perdão ao enfarte elaborado pela psicanalista Suzana Avezum
Para chegar à esta conclusão, a pesquisadora estudou 130 pacientes (65 que enfartaram e 65 que não enfartaram) que responderam dois questionários, um para avaliar a disposição para o perdão e outro sobre espiritualidade e religiosidade.
“Encontrei mais ocorrência de enfarte entre aqueles que têm dificuldade do perdão”, afirma a pesquisadora, que também avaliou os efeitos da espiritualidade nessa questão.
“O estudo mostrou que, entre quem enfartou, 31% afirmaram ter tido perda significativa da fé. Entre quem não teve, o índice foi de 9%”, disse a pesquisadora.
Entre os pacientes que enfartaram, 65% afirmaram que não estavam dispostos a perdoar. O índice foi de 35% no outro de pessoas que não tiveram o problema.
Em outra questão, 54% dos que tiveram um enfarte disseram que perdoariam. E 72% entre quem não enfartou se mostram dispostos a perdoar.
O cardiologista e coordenador do Programa de Enfarte Agudo do Miocárdio do Hospital do Coração (HCor), Leopoldo Piegas, confirmou que há relação entre questões emocionais e doenças cardiovasculares.
O profissional também informou ao jornal O Estado de São Paulo que nos últimos anos muitos estudos estão tentando entender a relação entre a espiritualidade e essas doenças.
“Na última década, tem crescido a questão da relação entre espiritualidade e doenças do coração. Quase todos os congressos de cardiologia têm sessões especiais sobre o tema que enchem as salas. As pessoas mais tranquilas, sossegadas e, aí vai a questão da religiosidade, têm uma tendência menor de ter esse tipo de doença”, diz ele.
Quem concorda com esses dados é o cardiologista e diretor de Comunicação da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, José Luís Aziz, que declarou: “Vários trabalhos mostraram que pessoas que perdoam têm menos chance de ter enfarte e, quando têm, é mais leve.”
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