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Até quando?




Se tiver que chorar,
que chore suas lástimas,
entorne suas lágrimas
aos cântaros,
antes que sequem
seus olhos d'água.
Chore de alegria,
se preciso for, 
arremede seus mugidos,
estire a língua aos medos,
refaça-se em bocas e caretas
ou desate a tristeza,
pois mesmo depois
do leite derramado,
o importante é pensar
que a vida continua
e a vaca não morreu,
que está viva,
apesar de agora louca,
e segue outras bermas,
após sair do atoleiro do brejo
com as próprias pernas,
só carecendo, de fato, 
não de um empurrãozinho,
mas de ficar sempre alerta
para não escorregar em corte,
na engorda das barras do dia
ou na calada da noite, 
ao deleite de outrem,
nas escancaradas mamatas
dos filhos da outra mãe.

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