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Carlos anuncia candidatura em 2016 e o PT ameaça oposição


Wilma e Carlos Eduardo - Abraço
Nem mesmo foi diplomado, o prefeito eleito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), declarou, em entrevista à imprensa, na noite de ontem, momentos após a proclamação do resultado oficial da eleição em segundo turno, que será candidato à reeleição em 2016. “E espero ganhar no primeiro turno”, afirmou o pedetista, ao ser abordado por jornalistas, ao lado dos principais aliados da campanha em Natal, o vice-governador Robinson Faria (PSD) e a ex-governadora Wilma de Faria (PSB).
Em meio à surpresa, surgiram as especulações em torno da declaração. Segundo analistas políticos, Carlos Eduardo mostra, com este posicionamento, que irá se dedicar de corpo e alma a fazer um bom governo, sendo reconhecido e reeleito; e que, mesmo fazendo uma boa administração, e contando com eventual desgaste da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), não irá disputar o governo do Estado, deixando o caminho livre para os aliados Robinson, Wilma ou ainda a deputada federal Fátima Bezerra (PT).
 
Outra mensagem implícita da declaração seria direcionada especialmente ao PT, do deputado estadual Fernando Mineiro, candidato derrotado no primeiro turno, mas que saiu das urnas fortíssimo candidato à Prefeitura em 2016. A declaração de Carlos Eduardo seria uma forma de “matar” na nascente as esperanças do PT e tentar trazer, no futuro, o importante partido da presidente Dilma Rousseff (PT) para o seu governo em Natal.
 
Para o ex-presidente do Diretório Municipal do PT, vereador reeleito Fernando Lucena (PT), o PT, que declarou “apoio crítico” a Carlos Eduardo no segundo turno e afirmou que não participará do governo carlista, poderá fazer oposição ao pedetista já a partir de janeiro de 2013. Segundo Lucena, Carlos Eduardo sabe que Mineiro é um forte nome para 2016 e, ao anunciar que será candidato à reeleição, age de caso pensado contra a candidatura de Mineiro.
 
Segundo Lucena, a maior agressão que o ser humano faz a Deus é quando compra um carro em 36 meses, disse, citando Oscar Niemeyer e considerando precipitada a declaração do pedetista. “Qual garantia que estaremos vivos em 2016?”, citou o vereador. Para ele, se já estava acertada que a posição do PT a partir de janeiro de 2013 seria de independência ou de oposição ao governo municipal, com a declaração do prefeito eleito, para lá de extemporânea, o partido poderá fazer oposição já a partir de agora.
 
“O PT não irá participar do governo de Carlos Eduardo porque a campanha de Mineiro foi pregando ‘nem o passado como foi, nem o presente como está’”. Indagado se o PT poderá fazer oposição a Carlos Eduardo, Fernando Lucena afirmou que “não está descartado, até porque ele está anunciando que em 2016 é candidato e nós temos um candidato fortíssimo em 2016, que é Mineiro” acrescentou Lucena. “Mineiro é um forte candidato em 2016, para ganhar a eleição”, observou.
 
Ainda sobre a declaração antecipada de Carlos Eduardo, Lucena disse que “cada um que avalie, que tenha certeza que não vai morrer, que vai ganhar”.  Para ele, “o PT vai ficar numa posição correta, e vamos trabalhar a candidatura de Mineiro”.  O petista disse também que “o PT não tem nenhum nome melhor que Mineiro, que mostrou que é maior que o partido”. De acordo com o vereador, “as pessoas votaram no Mineiro, é o nome mais forte que o PT tem para disputar”.
 
“Vamos manter o pé no chão para manter a candidatura de Mineiro. Não nos interessa contra quem, interessa que Mineiro é candidato sim e que nós perdemos [a eleição no primeiro turno] por muito pouco. Mineiro vinha crescendo e por um ponto perdemos. Se é contra Carlos Eduardo o candidato [em 2016], nós vamos trabalhar. Se for para disputar contra ele, nós vamos disputar”, avisou o petista.

POR:TÚLIO LEMOS
 

Um comentário

Anônimo disse...

Entender o Partido dos Trabalhadores (PT) em Natal é uma das tarefas mais difíceis, se tratando de política. A legenda vem se mostrando totalmente contraditória. No primeiro turno, assumiu a candidatura do deputado estadual Fernando Mineiro (PT), que adotou um discurso crítico em relação às oligarquias. Parecia o PT de antigamente – antes de se aliar a Collor, Maluf, Sarney e outras personalidades da política atual.

Já no segundo turno, anunciou “voto crítico” ao ex-prefeito Carlos Eduardo. De crítico, o voto não teve nada. Tanto Mineiro como a deputada federal Fátima Bezerra (PT) foram ao programa de televisão pedir votos para o pedetista. Ambos participaram das mobilizações de rua. A militância petista caiu em campo para eleger o candidato. No dia da vitória, todos comemoraram juntos.

Dois dias depois, o presidente municipal do PT, Carlos Araújo, anunciou que o petista que participar da gestão de Carlos terá que se afastar do partido, o vereador Fernando Lucena (PT) disse que não fará parte da base do prefeito e alguns militantes assumem postura de oposição.

Há algo mais contraditório do que as constantes mudanças de postura do PT de Natal? Que tripo de aliança é essa do PT com o candidato que apoiou? A postura é, no mínimo, muito esquisita.