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“Bancada Evangélica crescerá e esquerda se enfraquecerá no Congresso”, defende analista político



Pós-graduado em Ciência Política e trabalhando na assessoria parlamentar, Deyvid Pereira é um analista com uma perspectiva diferente. Enquanto a maior parte de mídia vê como negativo o crescimento do conservadorismo no Congresso, por ser evangélico, Pereira acredita que essa é uma tendência positiva.

“Ao que tudo indica, novamente teremos uma eleição presidencial decidida em segundo turno. Desta vez a polarização será entre socialistas – representados pelo PT – e conservadores de verdade, do PSL”, destaca.
Trata-se de um quadro distinto do que o país tem visto desde a redemocratização. Afinal, em outras eleições, havia uma proximidade ideológica entre os partidos que disputavam o cargo político mais alto do país.

O cenário atual do país é propício para que a desilusão com 13 anos de governo petista, marcada pelos escândalos de corrupção que vieram a tona mais recentemente, e a crise econômica atual alimentem o desejo de mudança profunda por parte da população.

Diante disso, avalia o analista, os conservadores atrairão mais votos. “Acredito que a Bancada Evangélica crescerá. Com os discursos de moralidade, respeito aos valores e defesa da vida e da família adotados por boa parte dos candidatos evangélicos, que sempre carregaram estas bandeiras, serão beneficiados. Isso acarretará em um crescimento considerável da sua força no cenário dentro do Congresso”, sentencia.

Pereira acredita que a “grande renovação” esperada não virá no ano que vem. “Em comparação com as sete eleições anteriores, será menor. Teremos aí uma mudança no Congresso de 35% e 40%, para Câmara e Senado, respectivamente. Isso se dará em virtude das novas regras eleitorais, a redução do tempo de campanha para 45 dias favorece os nomes mais conhecidos. Além disso, o financiamento só com fundo eleitoral limita muito quem é novo na política.”

Ao mesmo tempo uma mudança se desenha claramente, destaca Pereira. “Acredito em um grande enfraquecimento da esquerda. Isso ocorrerá como consequência da prisão de seu maior líder e os efeitos da Operação Lava Jato, além da associação como muitos desses nomes com pechas de corrupção e fisiologismo”, ressalta.

Seja quem for o próximo presidente, no entendimento do analista político, “sua missão nem de longe será fácil”. “Vivemos uma sensação contínua de insegurança jurídica. Os escândalos de corrupção se refletem diretamente na economia, pois os investimentos estrangeiros estão cada dia mais escassos e incertos. A missão mais complexa será a conquista do apoio da maioria do Congresso, para que os ajustes necessários possam ser aprovados. Os próximos quatro anos serão fundamentais para definir o trajeto do país nas próximas décadas”, encerra.

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