Marina fala sobre Lula e Bolsonaro: Um não sobrevive sem o outro
A ex-ministra e ex-senadora Marina Silva (Rede) criticou nesta segunda-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que já declararam publicamente a intenção de concorrer à presidência da República em 2018 e que aparecem na frente nas últimas pesquisas de opinião de voto. Nos mesmos levantamentos, Marina figura em terceiro lugar na disputa.
“Um se tornou o cabo eleitoral do outro. Um não sobrevive sem o outro. Eu apoio a quebra da polarização, e Lula e Bolsonaro são os dois extremos, de esquerda e direita”, disse Marina Silva no evento Amarelas ao Vivo, promovido pela VEJA, ao ser perguntada pelo editor especial de VEJA Daniel Bergamasco sobre quem apoiaria em um eventual segundo turno entre o ex-presidente e o parlamentar.
Apesar da posição nas pesquisas de intenção de voto, Marina ainda não decidiu se será candidata no próximo ano. Ela disputou – e perdeu – as duas últimas eleições, de 2010 e 2014, e vê um cenário mais difícil em 2018, já que a nova legislação eleitoral restringe o tempo de TV para partidos nanicos, como é o caso da Rede. Marina calcula que só terá 12 segundos de propaganda televisiva, enquanto nos pleitos passados contou com cerca de 2 e 1 minuto, respectivamente.
“Estou fechando o meu círculo de reflexão e em breve estarei colocando qual será a forma da minha participação nas eleições de 2018”, disse Marina, acrescentando que tomará uma decisão definitiva até o carnaval. A ex-senadora vem sofrendo críticas, inclusive de aliados, de que está demorando muito para anunciar a candidatura.
Durante a entrevista, a ex-ministra se esforçou para, assim como na campanha de 2014, mostrar-se como uma via alternativa à polarização entre direita e esquerda, afirmando que os três maiores partidos do país atuam em conjunto para frear a Operação Lava Jato.
“O PT, o PSDB e o PMDB estão todos juntos no combate à Lava Jato”, disse Marina, dando como exemplo o empenho de políticos dos três partidos em aprovar a anistia ao caixa dois, o fundo bilionário para financiar campanhas e as alterações na lei de abuso de autoridade.
A ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula também foi questionada sobre o seu apoio no segundo turno ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), que foi gravado pedindo dinheiro para o empresário Joesley Batista e está enrolado com as investigações do petrolão. Ela demonstrou arrependimento pelo ato e frisou que a eleição de 2014 “não foi feita de maneira republicana”. “Naquela oportunidade, nós não tínhamos as informações em relação ao envolvimento dramático do PT, PSDB e PMDB. Se fosse agora, jamais o teria apoiado”, pontuou.
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