Caminhoneiros voltam a paralisar atividades na segunda-feira, afirma sindicato
O Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro informaram que uma grande paralisação dos caminhoneiros autônomos está marcada para a meia-noite da próxima segunda-feira (25). De acordo com o Sindipetros, a manifestação ocorrerá porque o governo federal que não cumpriu o acordo de redução em R$ 0,46 do preço do diesel.
A informação, segundo o sindicato, foi passada pelo presidente da Associação Nacional de Transporte no Brasil Liberdade e Trabalho, uma entidade que representa os caminhoneiros autônomos, José Roberto, durante um evento do Movimento Unificado Pela Redução do Preço dos Combustíveis e do Gás de Cozinha que aconteceu no auditório do Sindipetro-RJ.
Confira parte da entrevista concedida aos sindicalistas pelo presidente do movimento dos caminhoneiros:
Sindipetro-RJ – O Governo Federal não cumpriu o que havia prometido quando do histórico movimento que parou o Brasil em maio, exigindo redução do preço do diesel?
JR – Infelizmente, o Governo fez algumas promessas para a classe, que há tempos reivindicava a redução do preço do diesel, mas como sempre, de novo, o governo não cumpriu o prometido. Até o momento, após 15 dias após a paralisação, ninguém está vendendo ao caminhoneiro o diesel com o preço reduzido em R$ 0,46, conforme havia sido prometido. E por isso, a categoria dos caminhoneiros autônomos vai realizar uma nova paralisação a partir da meia-noite de domingo para segunda-feira, dia 25 de junho.
Sindipetro-RJ – É preciso separar o joio do trigo. Qual o papel dos donos de empresas de transporte no movimento dos caminhoneiros?
JR – Na verdade, essas empresas usam a mão de obra de nós caminhoneiros autônomos que acaba por ser “prostituída” no mercado. Então eles usam politicamente a categoria, alegando que são donos da maioria da frota de caminhões, o que é uma inverdade. Na realidade, 70% da frota nacional é de propriedade dos caminhoneiros autônomos. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestre) tem um levantamento, em que diz que ao final de 2017, que existe no Brasil um total de 1.329.390 veículos transportadores de cargas para terceiros no Brasil, sendo que desse total, 417.957 são de registro de transportadores autônomos, 71.227 são de empresas de transporte e 203 são de cooperativas. São 610.944 veículos de transportadores autônomos, 708.405 veículos de empresas e 10.041 de veículos de cooperativas.
Sindipetro-RJ – Qual é a realidade dos autônomos quando se trata da negociação de preço de serviços a essas empresas que utilizam a mão de obra de vocês?
JR – Funciona assim, a transportadora fecha o contrato com o embarcador, tirando a comissão repassando para os autônomos. Um exemplo: é fechado um contrato de R$ 10 mil e é repassado para os caminhoneiros autônomos valores que variam entre quatro e cinco mil reais. Ou seja, essas empresas acabam por praticar uma espécie de agiotagem em fazendo esse agenciamento.
Sindipetro-RJ – Como a atual gestão da Petrobrás está prejudicando a vida de vocês, aliás, não é só o preço do diesel que acaba prejudicando, é também o preço do botijão de gás de cozinha, de forma essa política de preços praticada pela companhia afeta a categoria?
JR – Como todo o brasileiro, compramos gás de cozinha e gasolina e outros derivados também. É óleo, graxa, é o alimento que é feito com gás. Antes de sermos caminhoneiros, somos brasileiros, e sofremos também como o restante da grande população. A população acaba refletindo, como neste caso do desconto do diesel, por exemplo, quando diminuem o preço,mas quem paga é a população que deixa de ter recursos para aéreas importantes como a Saúde, que sofre também com esse absurdo de aumentos diários constantes. Se os trabalhadores da Petrobrás entenderem, como a grande população, em apoiar essa paralisação o objetivo é diminuir o custo de vida das pessoas, para que verdadeiramente o salário mínimo da nação seja valorizado.
por Redação Multimídia ESHOJE
por Redação Multimídia ESHOJE
Nenhum comentário
Postar um comentário