Últimas notícias

Pesquisa feita na Bahia aponta que, com baixa vacinação de crianças, doenças virais já controladas podem voltar

 Pesquisa revelou diminuição da do número de crianças vacinadas ao longo dos anos — Foto: Divulgação / SECTI

Um estudo feito por pesquisadores baianos demonstra a possibilidade de reincidência de doenças virais já controladas, por causa dos baixos índices de imunização de crianças, o que será refletido no futuro. A pesquisa foi feita a partir da análise da base de dados do Programa Nacional de Vacinação Brasileiro, nos últimos 20 anos.

Foi registrada queda na aplicação das seguintes vacinas: Tríplice bacteriana acelular infantil (DPT), contra difteria, coqueluche e tétano; Rotavírus, para doença de mesmo nome; Pneumocócica 10 valente e pentavalente, que são utilizadas contra pneumonia, meningite e otite em crianças. Ainda as vacinas para meningite, tétano, difteria, coqueluche e hepatite também tiveram queda.

À frente dos estudos, o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na Bahia, Kiyoshi Fukutani, e a estudante de medicina, Náthaly Césare, perceberam que a taxa de imunização das crianças caiu cerca de 34%nos últimos oito anos, em diversas regiões do Brasil.

“Percebemos que algumas vacinas decaíram em todas elas, o que demonstra uma tendência nacional em negligenciar este ato que é tão importante para preservar a saúde da população. A cobertura vacinal que diminuiu está diretamente relacionada à população infantil, isso significa que no futuro podemos precisar lidar com o retorno de algumas doenças que já são consideradas extintas em nosso país e assim teremos que lidar com futuras epidemias”, alerta Náthaly.

 

Para evitar o retorno, a pesquisadora afirma que é necessário mais investimento na capacitação de profissionais de saúde, traçar estratégias para incentivar a imunização e divulgar a importância das vacinas e sua efetividade para a população.

A pesquisa surgiu para em entender o comportamento da população no que diz respeito à vacinação, pois, segundo Náthaly há um aumento considerável de Fake News (notícias falsas), gerado muitas vezes por informações sem embasamento científico.

O estudo teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) e da Multinational Organization Network Sponsoring Translational and Epidemiological Research (Monster). Será publicado em setembro de 2020 na revista internacional voltada para doenças infecciosas “International Journal of Infectious Diseases”.

Nenhum comentário