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O discurso de Priscila Muller, no evento da blogueira

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FOTO: Rayssa Lorena

No evento dessa blogueira, ocorrido ontem em São Paulo do Potengi, no Pódium Recepções, surpreendeu o discurso de Priscilla Muller, pré-candidata a uma cadeira no Legislativo Potiguar.

Priscila teria tudo para ser considerada apenas uma jovem bonita, filha de Felipão, um empresário muito bem sucedido.

Mas não é apenas isso. A moça demonstrou, em poucas palavras, que é gente de expressão. Após elogiar a blogueira por mais uma conquista, com o jornal impresso, principiou sua fala afirmando que na mesa dos convidados havia apenas quatro mulheres, logo, a maioria de homens.

Que esse dado, aparentemente insignificante, reflete a nossa sociedade brasileira atual. Desde pequena, a mulher é ensinada a "ficar em casa", ficar calada, criada para assumir tarefas domésticas.

E o curioso é que se remunera uma mulher que trabalha, cujos salários ainda são inferiores aos dos homens, mas não se remunera uma dona de casa.

Em outras palavras, milhões de mulheres cuidam de suas casas, de seus filhos, de seus esposos, e não têm sequer direitos previdenciários por tais serviços.

Por isso que, de fato, a política brasileira precisa que as mulheres, em maior número participem, reivindiquem seus direitos.

O discurso surpreendente de Priscila, sobre emancipação feminina, trouxe-me a lembrança a letra de uma música tocada nos idos de 1990, uma canção que relatava o assassinato de uma menina, cujo nome era Mônica, morta pelos seus amigos jovens, que a jogaram pela janela de um prédio do oitavo andar.

Na época, setores da sociedade culparam a menina pela própria morte, pelo fato da mesma ter saído com amigos para se divertir numa discoteca.

Certo trecho da música diz assim: "Morreu violentada porque quis. Saía, falava, dançava. Podia estar quieta e ser feliz. Calada, acuada, castrada (...)"

O discurso de Priscila também remete à reflexão do livro de autoria de Marilena Chauí, cujo título é "Repressão Sexual, essa (des) conhecida."

É Priscila, a temática sobre a posição da mulher na sociedade exige ainda hoje muita reflexão e debates, e uma Assembleia Legislativa é o local ideal para se discutir a questão de políticas públicas de proteção às mulheres e outras minorias. Parabéns! Esta moça promete! O paisão, orgulhoso, que estava ao seu lado na hora do discurso, que o diga!

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