Delação da Odebrecht não cita entregas de R$ 14 milhões
Cruzamento de dados aponta 22 codinomes de supostos intermediários de propinas que não foram revelados na colaboração; identificação era exigência do acordo.
A delação premiada da Odebrecht, acertada em acordo com o Ministério Público Federal (MPF) em dezembro de 2016, não explica o pagamento de ao menos R$ 14 milhões em dinheiro vivo a codinomes criados pela empreiteira no período de maio de 2013 a maio de 2015.
O jornal Estadão recorreu a arquivos da Transnacional, empresa transportadora de valores usada pela empreiteira para a entrega de pagamentos ilícitos, entregues à Polícia Federal por um ex-funcionário.
Na comparação disso com a programação semanal de pagamentos feita pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht — também conhecido como departamento de propina da empreiteira — uma série de codinomes e pagamentos ficam sem explicação.
Uma das obrigações dos delatores, após a assinatura dos acordos de colaboração, é identificar os codinomes e dizer à qual obra os pagamentos estão relacionados.
Os R$ 14 milhões não esclarecidos foram entregues em dinheiro vivo em prédios comerciais de São Paulo.
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