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Sob ataque por todos os lados, Sérgio Moro pode ser o próximo presidente do Brasil

Ataque em massa contra Sérgio Moro indica preocupação com o possível futuro presidente do Brasil

No últimos dias o Brasil tem assistido uma verdadeira onda de ataques aos dois principais nomes por trás da operação Lava Jato: Sérgio Moro, então ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro, e Deltan Dallagnol, coordenador nacional da força-tarefa, que já é considerada a maior articulação policial anticorrupção realizada dentro e fora de um país.

Mensagens supostamente atribuídas a Sérgio Moro e Dallagnol, divulgadas pelo site The Intercept, do jornalista Gleen Greenwald, se tornaram o centro das atenções na mídia e pela oposição ao atual governo.

Os críticos da Lava Jato enxergam nesse conteúdo a prova de um "conluio" do ex-juiz com figuras de interesse, que, supostamente, teve como finalidade prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para que o leitor entenda melhor o texto adiante, é vital conhecer um pouco os números da Lava Jato. Desde março de 2014, quando a operação teve início, já foram instaurados 2.476 procedimentos, 1.237 mandados de buscas e apreensões (inclusive fora do Brasil), 227 mandados de cunduções coercitivas, 160 mandados de prisões preventivas, 155 de prisões temporárias e 6 em flagrante.
Além desses, 754 pedidos de cooperação internacional envolvendo 45 países foram emitidos, 184 acordos de colaboração premiada acertados e 429 pessoas foram acusadas de pelo menos um dos 90 tipos de crimes diferentes envolvidos no processo. No total, já foram proferidas 244 condenações judiciais contra 159 pessoas diferentes, totalizando mais de 2.242 anos de pena.
Os processos envolveram 18 empresas (incluindo algumas das maiores do mundo no segmento, como a Odebrecht e a Petrobrás) diferentes e 3 partidos políticos, resultando em um valor de ressarcimento por desvios financeiros na ordem de R$ 40,3 BILHÕES de reais (equivalente ao PIB de muitos países) incluindo multas, segundo o Ministério Público Federal.

Partidos, empresas e o judiciário: o SISTEMA

A operação Lava Jato tomou proporções gigantescas, algo que nenhum dos seus membros esperavam, nem mesmo o crime organizado. Sua linha de investigação foi tão além no descobrimento dos crimes que não parou na política, e nem no Brasil. Ela envolveu a correlação da corrupção política com empresas bilionárias, privadas e internacionais, muitas das quais, patrocinadoras dos grandes veículos de comunicação que hoje "dominam" a mídia nacional.
Os tentáculos da corrupção, no entanto, começaram a pontar também para a estrutura do sistema judiciário. Afinal, como seria possível institucionalizar a corrupção no Brasil de forma tão bem articulada e abrangente, sem corromper parte do poder judiciário?
O número de condenações envolvendo grandes empresário e lideranças políticas no Brasil, algo jamais visto no país - antes - da operação Lava Jato, é um indicativo claro de que o motivo dos grandes criminosos de "colarinho branco" não irem parar na cadeia é porque o poder judiciário também foi corrompido ao longo dos anos.

Sérgio Moro como futuro presidente?

Fazendo um bom governo nos 4 anos do seu mandato, Bolsonaro certamente conseguirá se reeleger em 2022 se decidir concorrer. Os números da economia e o ambiente cultural determinarão esse resultado. Se Sérgio Moro permanecer no governo e também obter bons resultados em seu ministério, sairá mais do que fortalecido para concorrer à presidência em 2026, certamente com o apoio de Bolsonaro.
Todavia, o ministro também tem a possível indicação para uma vaga no Supremo Tribunal Federal como opção, já externada pelo presidente. Enquanto (até então) declina da carreira política, Sérgio Moro brilha os olhos quando o assunto é o STF, mostrando que a sua inclinação é a toga.
Vale destacar, no entanto, ainda que imprevistos acontecem e neste caso, se Bolsonaro não puder (ou não quiser) concorrer em 2022, o nome mais cotado (neste momento) para substituí-lo será Sérgio Moro. Automaticamente, isto faz com que figuras como Deltan Dallagnol e Marcelo Bretas (responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro), além de outros da operação, fiquem cotados para cargos de poder no eventual novo governo. Isto seria a instalação da "lógica Lava Jato" no mundo político.
Finalmente, Sérgio Moro demonstrou como ninguém nesta quarta-feira (20) ter sangue frio suficiente para lidar com o ambiente parlamentar. No Senado, o ministro atuou de forma serena e precisa, sem se deixar abalar em nenhum momento pelas insinuações caluniosas de alguns senadores, incluindo investigados por corrupção na própria Lava Jato.
Atacar Sérgio Moro e os integrantes da Lava Jato, portanto, é a única coisa que resta para o crime organizado e a oposição política, diante da evidente ascensão da nova lógica política no Brasil. Os criminosos sabem que se não impedirem a todo custo esse crescimento agora, usando os meios de comunicação também como ferramenta de ataque, perderão cada vez mais o controle nos meios político, cultural e jurídico, e isso seria o fim do "Sistema".

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