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Lambança: The Intercept publica novos chats, mas internet encontra erros e até mensagens no futuro

Resultado de imagem para Glenn Greenwald é acusado


Essa sexta-feira foi realmente um grande dia. O novo juiz da Lava Jato ordenou bloqueio de mais de R$ 70 milhões de bens do Lula, Alckmin também teve ordem de bloqueio de bens, assessores do ministro do Turismo foram presos em uma operação que investiga laranjas e o Mercosul e a União Europeia finalmente fecharam um acordo de livre-comércio após 20 anos.

Além disso tudo, Glenn Greenwald, do The Intercept, estava animado para fazer mais uma revelação bombástica com mais supostos chats roubados de procuradores e juizes da Lava Jato, mas saiu tudo errado.

A nova sequência de mensagens divulgadas pelo The Intercept mostraria procuradores da República insatisfeitos com a atuação de Sergio Moro como juiz, além de reclamarem dele ter aceitado ser o Ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. Já no título da matéria havia uma suposta frase que ditaria os rumos de toda a reveleção: “Moro viola sempre o acusatório”.


No entanto, as supostas mensagens de ontem apresentaram diversos erros que logo foram notados pela internet e jornalistas mais atentos, como os do Antagonista e da Jovem Pan.

Glenn, visivelmente ansioso para os novos vazamentos, publicou em seu Twitter uma prévia dos novos chats. Era uma conversa entre Ângelo Goulart Vilela e Monique, ambos criticando Moro. Veja:

Agora um detalhe: Angelo Goulart Vilela foi preso em 2017 na Operação Patmos, quando foi citado por Joesley Batista, da JBS. Este Angelo foi acusado de corrupção por tentar embaraçar delações e investigações envolvendo a J&F. As mensagens deste Angelo teriam acontecido em 2018. E, cá entre nós, é ótimo para Moro que um procurador preso acha o Ministro ruim, né?
Alertado disso, Glenn apagou o Tweet e corrigiu sua matéria para “Angelo Augusto Costa”. Mais um detalhe: Nem Angelo Auguso Costa nem Monique são da Lava Jato.
A data foi corrigida para um ano antes. 2 a 0 contra Glenn.
Ainda há mais um erro: Glenn publicou prints de “Monique Checker” falando sobre o então juiz Moro em 2008. A Monique Checker real enviou uma nota ao site O Antagonista sobre o caso:

“Sobre a parte em que o The Intercept diz que escrevi: ‘Desde que eu estava no Paraná, em 2008, ele (Sergio Moro) já atuava assim. 

Alguns colegas do MPF do PR diziam que gostavam da pro atividade dele, que inclusive aprendiam com isso’, esclareço que, conforme pode ser obtido publicamente dos meus assentos funcionais, durante praticamente todo o ano de 2008 eu trabalhei como procuradora de contas do Ministério Publico junto ao TCE do Rio de Janeiro, cargo que assumi em 2006. Nunca tinha ouvido falar do ex-juiz Sergio Moro, muito menos tive contato com alguém do MPF/PR. Tomei posse no MPF em dezembro de 2008, com lotação numa cidade do interior do Paraná. Da posse, seguiu-se logo o curso de ingresso e vitaliciamente em Brasília, e o recesso judicial, e só fui conhecer alguém do MPF/PR que já tinha trabalhado com o ex-juiz Sergio Moro, ou menção a esse nome, tempos depois.

Não reconheço os registros remetidos pelo The Intercept, com menção a minha pessoa, mas posso assegurar que possui dados errados e alterações de conteúdo, pelos motivos expostos acima.”
Como se não bastasse todos esses erros, temos de atentar ainda a mais duas coisas: a primeira é que os procuradores que estavam nos trechos divulgados ontem não estão na Lava Jato. Apenas a Janice em São Paulo, mas em São Paulo obviamente não havia o juiz Moro.
A segunda é que a tese inicial do Glenn era de que havia um conluio entre Moro e o MP para perseguir Lula. As mensagens de ontem, se verdadeiras, mostram um MP irritadíssimo com Moro. O que aconteceu?

Cláudio Dantas, do O Antagonista, também provocou: “O print é eterno e prova de crime”.
Silvio Navarro, da Jovem Pan, também publicou: “Foi só trucar que a turma correu para adulterar as conversas roubadas?”
Péssimo dia para o The Intercept. Talvez Glenn quisesse publicar as novas revelações na véspera da manifestação pró-Lava Jato dia 30 de junho para tentar desmobilizar as ruas. 
 

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