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MINHA NOSSA! Operação da PF detecta venda de carne estragada, maquiada com produtos cancerígenos e com salmonella

Operação da PF detecta venda de carne estragada e maquiada com produtos cancerígenos
Operação da PF detecta venda de carne estragada e maquiada com produtos cancerígenos

A Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que investiga a venda de produtos sem fiscalização por parte dos principais frigoríficos do país, detectou irregularidades como carne estragada, uso de produtos cancerígenos em doses altas, reembalagem de produtos vencidos, carne contaminada por bactérias e venda de carne imprópria para consumo humano.

Operação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira (17) mira os principais frigoríficos do país, como BRF, JBS e Seara. A Justiça Federal do Paraná determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão das investigadas.
Segundo as investigações, a carne estragada era usada para produzir salsichas e linguiças. Ela era ainda "maquiada" com ácido ascórbico, substância cancerígena que disfarçava a qualidade do produto.

Havia ainda a produção de derivados com uma quantidade de carne muito menor que a necessária - o que exigia a complementação com outros itens - além carnes sem rotulagem e sem refrigeração. Há também relato de pressão para liberação de um lote contaminado com Salmonella, da empresa Rio Verde.

No frigorífico Peccin, foi detectado o “armazenamento em temperaturas absolutamente inadequadas, aproveitamento de partes do corpo de animais proibidas pela legislação, utilização de produtos químicos cancerígenos, produção de derivados com o uso de carnes contaminadas por bactérias e, até, putrefatas”.

Gravações

Em uma das conversas interceptadas, um dos donos da Peccin e a mulher discutem o uso de carne de cabeça de porto em linguiças, o que é proibido pela legislação.

Em outra gravação, os sócios do frigorífico discutem como reaproveitar um presunto que, embora podre, "não tem cheiro de azedo", e por isso poderia ainda ser vendido. Em outra, combinam adicionar ácido sórbico a amostras de carne enviadas para análise de qualidade para que elas não sejam reprovadas pela fiscalização.

Veja as transcrições.

Conversa entre os irmãos Normélio Peccin Filho e Idair Piccin, sócios do frigorífico Peccin:

Normelio - Tu viu aquele presunto que subiu ali ou não chegou a ver?

Idair - Ah, eu não vi; Cheguei lá, mas o Ney falou que tá mais ou menos. Não tá tão ruim.

Normelio - Não, não tá. Fizemos um processo, até agora eu não entendo, cara, o que é que deu naquilo ali. Pra usar ele, pode usar sossegado, não tem cheiro de azedo, nada, nada, nada.

Um comentário

Adriana Nascimento disse...

Até tu, Friboi ?
A operação envolve grandes empresas do setor, como a BRF Brasil, que controla marcas como Sadia e Perdigão, e também a JBS, que detém Friboi, Seara, Swift, entre outras marcas, mas também frigoríficos menores, como Mastercarnes, Souza Ramos e Peccin, do Paraná, e Larissa, que tem unidades no Paraná e em São Paulo.