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7 ditaduras financiadas pelo governo brasileiro nos últimos anos.



Nao podemos ter preconceito com países não democráticos.”

A frase acima, dita pelo ex-presidente Lula em 2009 na cúpula das nações africanas, fez parte daquilo que norteou sua política externa. Buscar ampliar o comércio com nações periféricas aproveitando-se dos seus ganhos com a alta de preços de produtos como petróleo, levou Lula a peregrinar por África e Oriente Médio como poucos presidentes no mundo. Destas saudações da diplomacia brasileira a nações ditatoriais, ou “não democráticas”, bilhões em obras para empreiteiras brasileiras como OAS e Odebrecht surgiram. Outros bilhões, porém, saíram do Brasil para financiar obras e serviços.


Um dos países com pior colocação mundial em rankings de competitividade, o Brasil optou por financiar obras e serviços em países ao redor do mundo, com o intuito de lucrar por meio delas. Através de contratos até pouco tempo secretos (alguns ainda permanecem secretos), centenas de obras como rodovias, hidrelétricas, ferrovias, barragens, aeroportos e metrôs foram erguidos na América Latina e na África, alvos principais da atuação brasileira.


Ao todo, US$ 11,9 bilhões foram desembolsados apenas pelo BNDES, o banco público responsável por realizar estes financiamentos. Segundo apontou O Globo, tais empréstimos causaram prejuízo anual de R$ 1,1 bilhão ao trabalhador, uma vez que são realizados com recursos do FAT, um fundo financiado com parte dos salários de cada trabalhador brasileiro.


A prática de financiar países em situações ditatoriais – bem verdade – não é uma exclusividade brasileira. A ausência de critérios objetivos para se determinar certos financiamentos, por outro lado, é algo particularmente tupiniquim. A falta de transparência nos contratos (alguns, como os do porto de Mariel em Cuba, realizados em condições completamente atípicas), é motivo mais do que suficiente para que se questione a motivação pela qual estes financiamentos são aprovados. Revelações indicando lobby do ex-presidente Lula a favor de empreiteiras, como as reveladas na 14ª fase da Operação Lava Jato, temperam ainda mais as suspeitas.

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