Exclusivo: O Blog entrevista o venezuelano Diego Bracho, que fala da crise em seu país!
Sabemos da situação da Venezuela, país da nossa América do Sul que se encontra em colapso, governado por um ditador de esquerda, Nicolás Maduro. Inflação de cinco dígitos, desabastecimento, fome e violência contra os opositores, além da fuga de milhares de venezuelanos para outros países, principalmente para o Brasil
Uma coisa é saber das notícias de longe, via jornais televisivos. Outra coisa é saber da situação por meio de um pessoa que viveu e está vivendo todos os horrores da crise venezuelana.
O Blog obteve, com exclusividade, uma entrevista com o venezuelano Diego Bracho, que contou para o blog o que ele e o seu povo tem sofrido.
Com Diego o Blog conversou sobre política, saúde e educação, dentre outros temas. Confira.
Diego Bracho, 19 anos, vive em Curitiba, atualmente.
Como era e como está a Educação na Venezuela?
Há muito tempo foi boa a educação. Com o passar dos anos, com o governo socialista foi caindo em qualidade. No início os jovens começam a ter dificuldade. Na educação básica começa-se a aprender, por exemplo, a matemática. Sem a base é muito difícil chegar ao nível médio e superior. Devido a esta caída na qualidade da educação, muitos jovens não chegam à Universidade, não se sentem capazes de chegar à universidade.
A crise agravou mais ainda, os jovens não querem mais chegar a universidade porque muitos tinham que trabalhar, com dificuldades de transportes e até de vestuário. O salário do professor é muito baixo também.
Como estão os jovens venezuelanos nessa crise?
Para as crianças e jovens que não vivem na cidade, é mais difícil a situação, especialmente para a educação devido à falta de transporte, tem mais dificuldade para os jovens da zona rural do que os da zona urbana. Não há incentivos. Os jovens estão numa situação de desespero. Não têm o básico para a educação, dinheiro para transporte, não tem nem comida para se alimentar.
Os jovens das universidades estão desesperados. A educação é de má qualidade nas universidades públicas. As universidades privadas são caras, só com muita dificuldade se consegue uma vaga. E muitos jovens entram no mundo da delinquência, das drogas. Muitos saem do país em busca de uma nova vida, de um futuro. A situação econômica é gravíssima.
Como foi sua chegada ao Brasil, como os brasileiros te receberam?
Saí da Venezuela devido à grave situação econômica. Primeiro saiu minha mãe e depois eu e meu irmão. Fomos bem recebidos, já tenho um documento de identidade. No meu país era bem difícil, até mesmo ter um documento. Tinha que esperar seis meses para receber minha identidade. Somente pude sair de meu país somente com a cópia de minha identidade, e fui bem recebido no Brasil, como refugiado, de maneira mui amável, o funcionário que me atendeu a mim e ao meu irmão. Saí da fronteira até Manaus e não tinha dinheiro para me hospedar num hotel ou pousada. Um brasileiro militar nos ajudou e nos concedeu hospedagem. Chegamos em Manaus de ônibus e lá encontrei minha mãe, numa casa de uma amiga. E desde então consegui emprego. Minha mãe queria ir mais adiante e chegamos à Santa Catarina e tivemos uma ajuda de uma senhora brasileira. Com o dinheiro que obtivemos em Manaus, através de um emprego, chegamos à Curitiba, onde havia escolas de português para estrangeiros. Muitos venezuelanos estão indo para esta cidade por causa dessas escolas, para aprender o português brasileiro.
A Saúde na Venuzuela como está? Nos relate sobre esse tema.
A saúde é o problema mais grave. Não tem medicamentos, os postos de saúde não tem médicos, pouco se encontra um profissional. Nem medicamentos. Os postos de saúde pública estão vazios, bem diferentes dos postos no Brasil, onde encontrei nos postos de saúde brasileiros qualquer tipo de exame que poderia ser feito, bem como consulta e medicamentos, o que não tem na Venezuela. Esta é a situação da saúde na Venezuela. Nas clínicas privadas somente se conseguem alguma coisa se tiver muito dinheiro, porque o serviço de saúde privada é muito caro. Por isso há muitas mortes de pessoas, porque as pessoas não tem mais dinheiro para pagar um tratamento de saúde privada. E a rede pública está vazia, sem médicos, sem medicamentos. Milhões estão morrendo por falta de assistência e de medicamentos e também pela fome.
Quando chegou ao Brasil o que mais lhe impressionou?
Fique muito surpreso com os supermercados, com tanta comida para vender, pois no meu país faz muito tempo que não vejo os supermercados abastecidos com comida. Fiquei surpreso também com os transportes. Quando arranjei um emprego voltei a ter esperança de poder comprar comida, roupa, medicamento. Aqui não há tanta delinquência como na Venezuela. Fiquei surpreso como os brasileiros se expressam, como falam com pessoas de outros países, como recebem bem. Quando a gente chega em outro país não sabe o que vai passar, se vai se dar bem, se vai ser bem recebido e aqui nós fomos bem recebidos.
Suas considerações finais
Agradeço o espaço cedido em seu blog. Parabenizo por seu veiculo de comunicação, e irei te repassar contatos de Venezuelanos que moram lá, eles poderão te falar mais sobre a grave situação que vivemos, fruto de um governo socialista. Parabenizo também aos brasileiros por eleger Bolsonaro como seu presidente, fizeram uma ótima escolha, ter um presidente democrata conservador é melhor que um presidente socialista, sou a prova disso!
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