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CHUVA BENÇÃO DOS CÉUS!


Quando a chuva chega no  sertão,  sua paisagem é  modificada por um  período de  três meses em que o sofrimento do nordestino  dá lugar para momentos de felicidades.  A aridez da terra seca, a mata branca sem folhagem,   se transforma de repente como num passe de mágica  em  uma pintura verdejante enfeitada com  as mais belas flores de variadas cores.  É a época do estrondo dos trovões, dos raios  cortando o infinito,  das chuvas ferindo a  terra dura e transformando o que era desolação em esperança. É a chegada da quadra invernosa,   do surgimento da babugem,  do pio madrugador e  estridente do inhambu, do retorno das avoantes que aos bandos constroem seus imensos pombais,  da volta da asa branca, do canto alegre da passarada ao alvorecer.  É tempo de bonança, dos rios cheios  desaguando para os açudes que irão transbordar numa bela sangria cheia de curimatãs desafiando a correnteza para fazer a desova que traz a vida. É tempo também de enxameação das jandaíras,  de muitas operárias no campo colhendo néctar e polinizando  plantas, de alvoroço dos zangões fecundando rainhas virgens e garantindo a perpetuação da espécie.  Enfim é festa no campo onde  o pequeno agricultor aproveita o luar do sertão, para no pátio fazer a debulha de milho e de feijão, voltando  a sonhar com dias melhores.

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