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Marco Feliciano sai em defesa de Eduardo Cunha


O eleitor brasileiro parece não ter entendido direito o que acontece no país desde a reeleição de Dilma no ano passado. Se as redes sociais refletem o que ocorre na sociedade, então a crise não é apenas econômica.
Quando o deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) foi eleito presidente da Câmara dos Deputados, o governo Dilma já sabia das dificuldades que enfrentaria. Afinal, Cunha pertence à chamada “bancada evangélica”, que possui uma série de divergências com o programa oficial do Partido dos Trabalhadores.
Isso pode ser visto claramente durante os debates sobre a redução da maioridade penal, que acabou aprovada em votação no primeiro turno, embora o PT e seus aliados tenham lutado ferozmente contra isso.
Desde o início da operação da Polícia Federal apelidada de Lava-Jato, uma série de políticos e empreiteiros vem sendo investigados. Alguns foram presos, depois liberados, muitas delações foram divulgadas e uma minoria ainda continua na cadeia.
Seguidamente aparecem nomes de políticos ligados a Lula e Dilma, mas o governo faz uma forte campanha de mídia para minimizar as acusações. A população brasileira vai assistindo a tudo com a leniência que é característica de quem não se assusta mais com a corrupção institucionalizada.
Contudo, quando o nome de Eduardo Cunha foi citado na Lava-Jato, acusado de pedir propina de US$ 5 milhões no esquema da Petrobras, as reações foram imediatas. Os mesmos órgãos de imprensa que minimizam todas as outras delações, especialmente as que envolvem Dilma, decidem condenar o presidente da Câmara.
Curiosamente, muitos dos que classificam como “golpe” os pedidos de impeachment de Dilma apenas baseado no que diz um delator, passaram a pedir a prisão de Cunha assim que ele foi citado.
O deputado Eduardo anunciou seu rompimento com o governo, dizendo estar sendo vítima de uma orquestração contra ele. Nessa sexta (17) usou o tempo de TV destinado à Câmara dos Deputados para falar do que ela tem feito desde que ele assumiu a presidência.
Quase imediatamente a hashtag #CunhaNaCadeia tornou-se uma das mais usadas nas redes sociais. Ficou em primeiro lugar no Twitter do Brasil e em segundo lugar no trending topics mundial.
Enquanto não ficar provado que uma pessoa é culpada, presume-se a inocência. Isso é o que diz a lei. Se Cunha de fato recebeu propina, que seja julgado e condenado assim como os demais envolvidos. Porém, os que pedem que ele seja afastado de suas atividades como deputado, deveriam fazer o mesmo com a presidente. Afinal, a lei vale para todos.
Entre os que saíram em defesa de Cunha publicamente está o deputado pastor Marco Feliciano (PSC/SP). Em sua conta o Facebook, Feliciano escreveu duas mensagens.
Na primeira afirmou “Nunca a Câmara dos Deputados produziu tanto. O deputado Eduardo Cunha assusta os petistas pela coragem e inteligência”. Na segunda, além de postar um vídeo com a fala da TV, lembrou que existe o princípio da não-culpabilidade, ou seja, que ninguém será considerado culpado até prova em contrário.
Ambas tiveram milhares de curtidas e comentários. A maioria apoiava Feliciano e Cunha, mas outros condenaram o pastor por “defender” um acusado de corrupção.
O assunto ainda deve render muito debate, mas evidenciou mais uma vez que os eleitores no Brasil ainda têm dificuldades em não usar “dois pesos e duas medidas” quando o assunto é corrupção
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