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SANTA MARIA: Superintendente do Incra critica protesto do MST

O superintendente regional do Instituto Brasileiro de Colonização e Reforma Agrária (Incra-RN), Valmir Alves, disse que se for preciso vai até o município de Santa Maria negociar o desbloqueio da BR-304, que teve início na manhã desta terça-feira (20). Porém, o superintendente criticou a postura dos membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Para ele, o protesto é um equívoco.
De acordo com Valmir Alves, um novo bloqueio da rodovia federal, diante do acordo feito no fim da tarde de ontem (19), não tem sentido. Segundo o superintendente do Incra, já está agendada uma reunião o Governo do Estado para que o MST apresente as reivindicações para os 50 acampamentos existentes no Rio Grande do Norte.
Valmir Alves explicou que a reunião com o Governo está prevista para hoje, na Secretaria Estadual de Colonização e Reforma Agrária, onde o MST pretende cobrar ações na área de saúde e e educação para os trabalhadores rurais que estão acampados em várias regiões do Estado. Além disso, os membros do movimento cobram do Incra celeridade no processo de desapropriação de terras.
O coordenador do MST, José David do Nascimento, vai participar da reunião com o Governo. José do Nascimento disse que o MST tem uma pauta que faz pelo menos oito anos que foi entregue ao Governo do Estado e nunca houve uma resposta. "O nosso acampamento mais novo, na comunidade de Timbó, em Ceará-Mirim, tem dez anos",contou ele.
Ele disse que a desobstrução da rodovia somente será feita quando houver algumas resposta e "tiver algumas informações sobre os nossos encaminhamentos".
Integrantes do MST retomaram o bloqueio na BR-304, na altura do município de Santa Maria, na manhã de hoje. Apesar da presença de equipes da Polícia Rodoviária Federal, o trânsito sofreu com retenção total, sendo necessário o desvio por Bento Fernandes e Ceará-Mirim para quem precisa trafegar entre Natal e Mossoró, por exemplo. Uma faixa, no entanto, foi liberada. e é usada para os dois sentidos da via.
A manifestação ocorreu ontem também, com início por volta das 11h30 durando até as 18h, no mesmo local. Na manifestação de ontem foram queimados pneus, houve retenção de carretas e caminhões. Ninguém ficou ferido.
TRANSTORNO:
Reivindicação pelo lado do MST, prejuízo para os caminhoneiros. Foi o caso do gaúcho Celso Rodrigues, que trouxe uma carrada de balas e confeitos de Lajeado (SC) para Recife, onde carregou de novo sua carreta com frutas da Ceasa da capital pernambucana para a Ceasa de Fortaleza (CE). Ele parou em Santa Maria logo no começo da manhã, com previsão de chegada no Ceará por volta das 11h.
Além de transportar uma mercadoria perecível, Rodrigues disse que, "de cara", arca com um prejuizo de 10% no valor do frete de R$ 3.500. "É o desconto por chegar atrasado. Quem vai pagar as minhas contas no fim do mês?".
Rodrigues tem que dirigir o caminhão por mais 475 km de Santa Maria, na região do Potengi, até a capital do Ceará."Por que não fizeram isso antes da eleição?", questiona ele.




Outro caminhoneiro, João Pio do Nascimento Neto parou a sua carreta na BR-304 por volta das 5h, por conta do bloqueio dos trabalhadores rurais sem terra. "Era pra chegar às 14h", dizia ele, que vinha com o carreta descarregada para carregar 33 toneladas de cimento a granel em Baraúnas, e de lá seguir viagem até a cidade de Trairi, no Ceará. "Já telefonei pra uns amigos, que não viessem, quem tinha horário marcado deixar para depois", disse ele, que estima chegar agora por volta das 22 horas. "Eu comuniquei ao meu encarregado que estava parado e não tinha como chegar logo".
Segundo ele, foi a primeira vez que pegou um bloqueio pela estrada, e viu que o clima era tenso. "Mandaram voltar o soldado da Polícia Militar e dois do Exército, que queriam passar".
A Polícia Rodoviária Federal estava com uma viatura e dois inspetores fazendo a orientação do trânsito e colaborando para a apaziguar os ânimos. Por volta das 11h30 chegaram mais três guarnições da PM, uma das quais veio de João Câmara, para garantir a tranquilidade do movimento.






FONTE: TRIBUNA DO NORTE

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