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“O que posso dizer é que a eleição não está decidida”, garante Garibaldi

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Ministro, esses números do Ibope surpreenderam o senhor?
Garibaldi Filho:

Claro que me surpreendeu. Não houve uma mudança substancial na campanha. Não há um fato novo que justifique uma mudança tão abrupta. É como se o candidato adversário tivesse levado grande parte dos números de Robério Paulino e grande parte dos votos brancos e nulos. É uma coisa avassaladora para poder chegar a essa vantagem. Creio que as pesquisas às vezes cometem erros. Não estou afirmando categoricamente que a pesquisa está errada. Para dizer isso eu tenho que ter dados e eu não tenho condições de provar. Quero apenas advertir, no bom sentido. Primeiro, ao eleitor de Henrique Alves para que ele não leve a termo essa pesquisa. A eleição não vai ser decidida por uma pesquisa, não se abata.
Há aquele impacto inicial porque não se espera. Agora o eleitor de Henrique tem que ir à rua como estou fazendo em Mossoró, rodando em busca do eleitor. O eleitor nosso não pode arriar a bandeira, ele deve seguir dizendo ao indeciso que ele não pode se deixar levar por um sentimento de protesto. O que posso dizer é que a eleição não está decidida. Só se decide depois do último voto depositado na urna. Digo isso porque sei do prestígio de determinados institutos de pesquisas e o Ibope é um deles, mas também pode cometer erros e já cometeu erros. Então, não vamos nos deixar levar por esse sentimento. Nós vamos ganhar essa eleição se Deus quiser. Não vamos morrer de véspera que nem peru.
Em Assu e Pau dos Ferros, Henrique teve apoio de todas as tendências, mas acabou perdendo. Agora os prefeitos migraram para Robinson. Como o senhor analisa isso?
GA: Eu acho que houve uma municipalização da eleição nesses municípios e em face disso, as pessoas não assimilaram aquele entendimento proposto em termos altos pelo deputado Henrique Alves de juntar esforços para evitar uma radicalização e pudessem somar votos para o projeto político de Henrique, que é o melhor. As pessoas entenderam que deveria prevalecer a radicalização. Não deixaram se convencer pelo discurso do deputado Henrique fazendo com que houvesse uma certa confusão que fez com ele perdesse a eleição nessas cidades. A aritmética, em vez de somar, diminuiu.
Com essa radicalização, pode haver uma reversão nessas cidades?
GA: Pode haver. É capaz de haver e o deputado Henrique ser beneficiado em maior grau onde a polarização se der com uma força maior daquele município apoiando ele. É preciso entender que no dia 26 de outubro não vai haver em algumas cidades essa história de união.
O senhor intensificou a agenda em Mossoró. O senhor acredita que o pleito aqui foi influenciado pela máquina pública?
GA: Eu não tenho… uma pessoa com a responsabilidade que eu tenho só posso acusar com provas, porque seria chamado de leviano. Mas o que as pessoas falam aqui é que está havendo o uso da máquina, que ela está sendo usada em detrimento da candidatura de Henrique Alves e já foi usada em detrimento de Wilma de Faria. E isso resultou também na perda de representatividade de Mossoró na Câmara e Assembleia Legislativa.
Qual a diferença de um governador com o prestígio de Henrique em Brasília?
GA: Eu creio nessa comparação porque eleição é comparar e eu diria que não há nem comparação, porque Henrique sempre atuou no plano federal e isso levou ele a trazer recursos para o Estado que, infelizmente, não são do conhecimento de todos, porque o trabalho dele é de articulação. Isso ocorre através de transferências orçamentárias diretamente do governo federal, ora através de emendas. Os recursos vão para o Governo do Estado e prefeituras e o parlamentar muitas vezes se vê preterido, discriminado. Às vezes quem está no Executivo não destaca adequadamente o nome dele.
O senhor chegou a admitir rompimento com Lula e Dilma, caso Lula viesse fazer campanha para Robinson Faria?
GA: Houve uma preocupação grande. O ex-presidente Lula nos atropelou como aliados. Ignorou a nossa participação na campanha porque votamos em Dilma e fez a propaganda do adversários e isso gerou uma cobrança dos nossos correligionários. Não apenas dos peemedebistas, mas dos outros partidos que a nossa coligação é muito ampla. Mas é preciso ter cautela antes de uma atitude revanchista a ser tomada isoladamente que Henrique pudesse tomar em detrimento da candidatura a de Michel Temer à vice-presidência. Isso levou a nós termos uma maior cautela a respeito dessa reação.
Rompimento não passa pela cabeça do senhor?
GA: Não, no momento não; não passa. Não quero tomar uma atitude isolada que não teria nem essa repercussão toda. Isso deve ser examinado no plano nacional. É preciso aguardar que Michel Temer é candidato a vice-presidente.
*O Mossoroense

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