Corpos de detentos soterrados em Alcaçuz são trocados e famílias se revoltam
Os corpos dos presos Arlindo de Lima Silva e Rodrigo Nascimento Silva, que morreram soterrados na madrugada da segunda-feira (9), após desabamento de túnel em Alcaçuz, ainda não foram sepultados. O motivo foi que os cadáveres foram trocados quando foram entregues às famílias dos detentos, que residem em João Câmara e no bairro da Redinha, em Natal. Na manhã desta quarta-feira (11), os corpos ainda não estavam com as famílias.
Na noite de ontem (10), a família de Arlindo de Lima Silva recebeu um corpo em João Câmara, que supostamente seria do detento. Porém, os familiares identificaram imediatamente que não se tratava do preso e informaram ao Itep. De acordo com informações da família, funcionários do Itep retornaram ao município levando outro corpo. Mais uma vez, parentes do detento afirmaram que não era o cadáver de Arlindo de Lima.
Em horário semelhante, mas na Redinha, o corpo que supostamente seria de Rodrigo Nascimento Silva foi velado, a partir das 22h30. O velório ocorria na casa da família, mas o enteado do detento desconfiou que não era o padrasto que estava dentro do caixão. A dúvida permaneceu até a manhã desta quarta-feira, quando o pai do preso chegou ao local do velório e disse para que o caixão fosse aberto. Foi quando houve a confirmação de que não se tratava de Rodrigo Nascimento Silva.
De acordo com Antônia Márcia Dantas, viúva do preso, o corpo que estava no caixão não tinha as tatuagens que Rodrigo Nascimento possuía nos braços, com os nomes dela e da mãe do preso. A família entrou em contato com o Itep e, segundo Antônia Márcia, recebeu a confirmação de que o corpo havia sido enviado para a família de Arlindo de Lima Silva, em João Câmara. O cadáver que estava na Redinha era o de Arlindo de Lima Silva, que foi encaminhado para João Câmara ainda pela manhã de será enterrado até o início da tarde.
O corpo de Rodrigo Nascimento foi trazido de João Câmara para Natal no fim da manhã de hoje. Ainda não se sabe se haverá o velório na casa do detento na Redinha ou se haverá o sepultamento imediato.
De acordo com a assessoria do Itep, o órgão instalou um processo interno para saber o que aconteceu. Serão ouvidos funcionários que trabalharam nos dias 9 e 10 e, no momento, a direção não vai falar sobre o assunto. A expectativa é que até sexta-feira (13) o Itep explique o caso.
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