Dilma reafirma que aguenta pressões
Sob intenso tiroteio político, Dilma Rousseff deixou impressionados os ministros com quem conversou esta semana. Com muita frieza ela expôs planos de governo para os próximos meses e até para 2018. E afirmou que eles poderiam ficar tranquilos porque ela aguenta bem a pressão. Dilma trocou a leitura de livros pela análise minuciosa de mapas de votação na Câmara, onde uma comissão com 65 deputados vai definir o destino do impeachment. Passou a estudar como atrair os 171 votos necessários para barrar o processo no plenário. A ordem é abrir o cofre, atender os aliados fiéis, desalojar os “traidores” e dividir o PMDB, que na terça-feira deve oficializar o divórcio do governo.
Na estratégia do “tudo ou nada”, Dilma partiu para o varejo das negociações políticas e montou um gabinete de crise permanente. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve a nomeação suspensa como ministro da Casa Civil e aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal para saber se poderá assumir o cargo, atua de longe na coordenação geral dos trabalhos. A batalha de comunicação do governo é agora direcionada para “vender” a imagem de Dilma como mulher “guerreira”, que lutou contra a ditadura e hoje enfrenta um “novo modelo de golpe”.
Todos os dias, Dilma recebe líderes e dirigentes de partidos aliados. Pede apoio e promete mudanças. Deputados do PP e do PR informaram a ela que será difícil manter o aval ao governo se o PMDB desembarcar e alertaram sobre um possível efeito dominó em outros partidos. Nos bastidores, auxiliares de Dilma afirmam que tudo será feito para enfrentar a “conspiração” do grupo de Temer. Vai acontecer uma disputa voto a voto, no mais fiel estilo do “toma lá, dá cá”. Em conversas reservadas, Dilma mostra inconformismo com o fato de Cunha, réu no Supremo Tribunal Federal, conduzir o processo que pode levar a seu afastamento.
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