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Ex-filiado ao PSOL e apoiador de Lula, agressor de Bolsonaro diz que atentado foi ordem de Deus

O atentado contra a vida do deputado federal e candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) teve complicações mais sérias do que se noticiou inicialmente, sendo necessária a realização de uma cirurgia emergencial para conter uma hemorragia e costurar os órgãos que foram atingidos. O homem preso em flagrante pela tentativa de homicídio é um militante de esquerda, ex-filiado ao PSOL e apoiador de Lula (PT).
Adélio Bispo de Oliveira, 40 anos, confessou o crime após ser preso e afirmou em depoimento à Polícia Federal que obedeceu a uma ordem de Deus para esfaquear Bolsonaro. “Em conversa com o autor, este nos informou que saiu de casa com uma faca de uso pessoal afim de acompanhar a comitiva, e no melhor momento pudesse, tentar contra a vida do candidato, assim tendo feito no momento em que a comitiva passava pela Rua Batista, por achar ser o mais oportuno”, diz trecho do Boletim de Ocorrência (B. O.).
O agressor acrescentou ainda que o intento foi motivado por razões pessoais, “dizendo também em certos momentos que foi a mando de "Deus”. Segundo informações do G1, testemunhas ouvidas pela Polícia confirmaram o que pode ser visto nos vídeos que circulam nas redes sociais, dizendo que Bolsonaro “estava sobre os ombros de um homem, momento em que o autor aproximou com a faca em uma das mãos, enrolada aparentemente em uma camisa de cor clara”.

Ódio

O perfil de Adélio Bispo de Oliveira no Facebook foi rapidamente descoberto pela Polícia e apoiadores de Bolsonaro, e evidenciou que o agressor nutria sentimentos de ódio ao candidato, assim como expressava sua admiração por ideais comunistas.
Em meio às publicações com ofensas a Bolsonaro, há fotos do agressor pedindo a renúncia do presidente Michel Temer (MDB), defendendo a liberdade do ex-presidente Lula (PT) – preso por condenação em segunda instância por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro – e muitas críticas à maçonaria.
A relação de Oliveira com o PSOL foi confirmada pelo presidente nacional do partido, Juliano Medeiros. O agressor integrou a legenda entre 2007 e 2014, mas segundo Medeiros, não exerceu cargo partidário.
“Isso não muda em nada a posição que o partido acaba de divulgar de repúdio ao ato e obviamente nós não nos responsabilizamos nem podemos responder por um ato isolado de uma pessoa que um dia foi filiada ao PSOL. Nós reafirmamos aqui nosso repúdio a esse ato e cobramos que as autoridades tomem as providências que a lei prevê”, disse Medeiros ao Broadcast Político.
Pouco antes, o partido havia divulgado uma nota oficial repudiando a tentativa de homicídio: “A agressão sofrida pelo candidato do PSL, Jair Bolsonaro, configura um grave atentado à normalidade democrática e ao processo eleitoral. Nosso partido tem denunciado a escalada de violência e intolerância que contaminaram o ambiente político nos últimos anos. Por isso, não podemos nos calar diante deste fato grave. Repudiamos esse ataque contra o candidato do PSL e esperamos das autoridades as medidas cabíveis contra seu autor!”, declarou o PSOL.

Redes sociais

Embora o principal sentimento expressado em relação ao fato fosse de pesar e rejeição, muitos opositores às ideias de Jair Bolsonaro manifestaram desdém pelo ocorrido, com insinuações de armação para benefício eleitoral.
A situação toma ares surreais com a informação de que a página do agressor ganhou milhares de seguidores a partir de sua identificação: “Veja como são as redes sociais. Na hora em que divulgaram o nome de Adélio Bispo de Oliveira, o homem que esfaqueou Jair Bolsonaro, por volta das 16h30m, ele tinha apenas 22 seguidores no Facebook. Por volta das 19h30m, já eram 11.145. Meu Deus!”, informou o jornalista Ancelmo Góis, de O Globo.


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