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Em depoimento à PF, Adélio rejeita acordo e diz não odiar Bolsonaro

O advogado Marcos Mejìa, que acompanhou o depoimento de Adélio Bispo de Oliveira à Polícia Federal (PF) na última quinta-feira (31), em Mato Grosso do Sul, disse que o autor do atentado a Jair Bolsonaro recusou o acordo oferecido pelos policiais federais que foram interrogá-lo. “Ofereceram uma espécie de delação, mas como ele não tem nada novo a dizer, não houve acerto.”
A conversa, de cerca de 90 minutos, foi conduzida pelo delegado da PF, Rodrigo Morais, e por mais um agente na cela em que se encontra Adélio desde o atentado, em 6 de setembro de 2018, na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS). 
A assessoria de imprensa da PF disse que não poderia dar informações sobre o depoimento, sequer confirmá-lo. Mas não descartou que ele ocorreu, afinal “o inquérito está aberto”.
Segundo Mejìa, que acompanhou o interrogatório na condição de curador de Adélio, ele declarou que quer pagar pelo crime que cometeu, reafirmou ter tomado a decisão do ataque sozinho e, no que talvez seja um indício de melhora por causa dos tratamentos psiquiátricos, disse não ter raiva de qualquer político. “Ele foi questionado se tinha ódio ao Bolsonaro e deixou claro que não pensa mais assim.”
Até meses atrás, o autor da facada dizia que iria matar Bolsonaro assim que saísse da cadeia.
O advogado explica que, por ser inimputável, de acordo com decisão judicial de junho, não caberia qualquer tipo de delação nesse caso, mesmo se ele tivesse algo a oferecer à investigação. “Não haveria um benefício possível a Adélio”, explica o defensor.
No presídio federal, ele é obrigado a passar por tratamento psiquiátrico. O servente de pedreiro poderá deixar a cadeia assim que exames comprovarem que sua saúde mental foi restabelecida. A primeira análise clínica deve ocorrer em 2021.
Em junho, a Justiça de Minas Gerais aceitou a tese da defesa de que transtornos mentais o levaram a cometer o ato e o considerou inimputável.
Mejìa conta que o preso, hoje com 41 anos, parece mais saudável do que da última vez que o viu, há dois meses. “Aparentemente, está seguindo com o tratamento”, disse. Adélio tem se alimentado, parece mais calmo, mas tem uma das pernas machucadas. O advogado não soube dizer como ocorreu o ferimento, que não seria grave. 
Investigação
O delegado da PF, Rodrigo Morais, é o responsável por um inquérito que investiga quem pagou os honorários de Zanone.
O escritório de advocacia de Zanone foi alvo de busca e apreensão da PF em 21 de dezembro do ano passado. Foram recolhidos documentos  e aparelhos eletrônicos.
No mês seguinte, a OAB de Minas Gerais impetrou um mandado de segurança ao TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) pedindo a suspensão da análise dos materiais e foi atendida em março, por meio de liminar do desembargador Néviton Guedes.
Para a OAB, vasculhar os dados pessoais do advogado seria uma arbitrariedade, por violar seu sigilo profissional.
Fonte: R7

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