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Virose com sintomas parecidos com a dengue lota hospitais em Natal


Com sintomas parecidos com os causados pela dengue e febre chikungunya, o eritema infeccioso tem provocado um aumento na procura por ajuda médica em Natal. A confusão gerada pela semelhança com as duas doenças trouxe medo à população, que lota os setores de urgência e emergência dos hospitais das redes pública e privada, mas conforme especialistas, não oferece riscos de morte. Com um período de incubação que varia entre quatro e 14 dias, a enfermidade afeta principalmente crianças e adolescentes.
Segundo a pediatra Karen Mendonça, o eritema é uma virose benigna causada pelo parvovírus humano e transmitida pelo contato com secreções respiratórias entre o doente e uma pessoa sadia. Seus sintomas são parecidos com os causadas pelas doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, mas com suaves diferenças que não são percebidas pelas pessoas, gerando a confusão com a dengue e a chikungunya.
“Ela causa manchas vermelhas simétricas nos braços, coxas, nádegas, costas e nas bochechas do doente, que ficam com tons muito fortes, como se a pessoa tivesse levado uma bofetada no rosto. No entanto, nas outras partes do corpo, o avermelhado e o formato das marcas são diferentes, sendo mais suave e com formas rendilhadas. Ao contrário da dengue, o eritema causa febre baixa e que só aparece a partir do quarto dia da doença”, explicou.
Outros sintomas comuns são as dores de cabeça e pelo corpo, mal-estar e a coceira, que se torna intensa até insuportável e que só piora com o aumento do calor e a umidade. Seu diagnóstico é clínico, baseado na visualização e constatação dos sintomas. Já seu tratamento é sintomático, feito principalmente com antitérmicos, analgésicos, anti-histamínicos e bastante hidratação.
Karen alertou para a recomendação de que os doentes fiquem em repouso absoluto, principalmente crianças, que não devem frequentar ambientes coletivos como berçários e escolas e que mulheres que estejam gestantes ou com suspeita de gravidez procurem não manter contato com os enfermos até o fim da doença. “Há o risco de conseqüências para o feto, por isso, é melhor ficar afastada”, disse.

Dores articulares são raras

Pediatra do Hospital Antônio Prudente (Hapvida) de Natal, Karen Mendonça explicou que a virose pode acometer adultos, mas os principais alvos são as crianças e adolescentes, que podem desenvolver ainda dores abdominais e vômitos durante o período em que permanecem infectados com o parvovírus. Quadros de dores articulares, comum em casos de dengue e chikungunya, são raros, mas podem acontecer.
“É uma doença causada por vírus, ou seja, uma virose que tem afetado as pessoas com bastante freqüência, mas que não oferece riscos de morte para seus pacientes, por isso, não precisa pânico. Infelizmente, as crianças são as mais afetadas, tanto que de cada grupo de 90 que atendemos no hospital, 80 apresentam o quadro da doença”, falou.
Ela disse ainda que não há vacina para evitar o eritema infeccioso e que uma forma de prevenir a doença é evitar ambientes fechados e o contato direto com pessoas que podem estar contaminadas, durante o período de incubação. “Depois, é seguir as recomendações médicas e manter repouso e hidratação”, disse.

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