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Ostentação mostra distanciamento entre governador e seu povo

Tudo bem. O governador Robinson Faria (PSD) é um homem rico. Tudo bem ele não tem como reprimir os desejos da filha dele, a jovem que tinha suspeitíssimo cargo de assessoria na Assembleia Legislativa, no dia do sonhado casamento.
Mas tudo bem, também, que o povo tem o direito de se sentir indignado em saber que a filha do homem mais poderoso do Estado vai casar na paradisíaca praia de Pipa ao som da glamorosa Paula Fernandes, um dos cachês mais caros do país.
O governador mandou a mídia aliada espalhar que a cantora vem a Natal atendendo a um convite da cunhada da filha de Robinson: a blogueira Thássia Naves (quem?) de quem é amiga. Acredita quem quiser nesse “desdobro” (gíria mossoroense equivalente a “conversa fiada).
Eu não creio que uma cantora como Paula Fernandes abra mão de uma agenda de shows extensa em plena uma sexta-feira para ir a um casório no modesto Rio Grande do Norte. Todo mundo sabe que a bela artista está bem longe de ser “gente boa”. Sua antipatia é famosa.
Mas o que interessa nesse texto é a questão política. O Rio Grande do Norte vive uma crise profunda. Na semana do casório da filha, Robinson teve silverista ideia de sugerir que servidores façam empréstimos nos valores do décimo terceiro tendo o Estado como avalista. Isso ajuda a aumentar a revolta.
O governador tem o direito de dar um festão para a bambina, mas como homem público precisa estar em sintonia com os problemas do povo. O distanciamento e a falta de sintonia com a planície leva a ostentação de amanhã a provocar indignação dos servidores públicos que sonham com a regularidade no pagamento dos salários, do cidadão que está frustrado com o governador da segurança e o doente que padece numa maca nos corredores dos hospitais do RN.
A ostentação ofende quem queria ver um Estado funcionando.
Blog do Barreto

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