Até que ponto o Jornalismo estaria disposto a participar de um crime para obter uma informação?
Há uma diferença substancial entre um funcionário do Pentágono, com acesso a dados sigilosos, que vaza documentos para pessoas interessadas em municiar um jornalista; e um criminoso contratado para invadir e roubar dados de telefones privados e corporativos de um Ministro de Estado e de Procuradores do Ministério Público Federal - MPF para ilustrar veículo de comunicação do mesmo jornalista, atualmente casado com um deputado federal filiado à extrema esquerda e em guerra ideológica declarada. Veja bem: nada do que foi escrito acima invalida ou torna inverídico qualquer conteúdo dos dois casos. Até os envolvidos já confirmaram a veracidade dos diálogos.
Na minha modesta opinião, eles são de natureza gravíssima e com potencial para criar uma crise institucional e uma avalanche de insegurança jurídica em momento delicado do Brasil.
O que se discute, entretanto, é até que ponto o Jornalismo estaria disposto a participar de um crime para obter uma informação. Desenhando: um ladrão rouba o carro de um juiz e o jornalista aceita ficar com o veículo roubado porque no porta-malas há documentos sigilosos de processos que ele deseja divulgar. Noutras palavras, em tempos tão estranhos, quem levará o xeque-mate é a Liberdade de Imprensa. Fiz-me claro? Espero que sim...
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