O EVANGELHO NÃO É O ALCORÃO: Igreja proíbe fiéis de assistirem TV, irem ao cinema, cortarem o cabelo e usarem barba
Nos idos anos 1980 ainda era comum a ênfase de denominações pentecostais nas doutrinas de usos e costumes, que estipulavam uma espécie de código de vestimenta e conduta, proibindo que mulheres usassem calças e cosméticos, assim como o uso de barba para os homens. Agora, um ramo da Igreja Assembleia de Deus resgatou essa rigidez doutrinária.
A Convenção dos Ministros e das Assembleias de Deus no Estado do Mato Grosso (COMADEMAT), presidida pelo pastor Sebastião Rodrigues de Souza, divulgou uma resolução da Mesa Diretora enumerada 04/2019 para reafirmar sua posição doutrinária acerca de usos e costumes, estipulando diversas proibições aos membros da denominação.
As mulheres ficam proibidas de usarem o que se identificou como “trajes masculinos”, roupas curtas e/ou transparentes, decotes chamativos, maquiagem, sobrancelhas desenhadas e até o corte de cabelo.
Para os homens, as proibições abrangem o cabelo comprido ou cortes chamativos, camisas regatas, bermudas, shorts, barba e/ou cavanhaque, brinco e piercing, de acordo com informações do portal JM Notícia.
De maneira abrangente, a resolução proíbe a todos os membros de assistirem televisão, praticar qualquer tipo de jogo (desde videogames até futebol), “divertimentos mundanos” (como ir ao cinema, por exemplo) e até o uso de bateria nos cultos das congregações da COMADEMAT.
Essas proibições ultraconservadoras foram anunciadas a partir da interpretação dos líderes da denominação de versículos como I Coríntios 11: 14 e 15, I João 2:15 e 2 Timóteo 2:25 e 26.
Pastor Sebastião Rodrigues de Souza, que lidera a COMADEMAT é o atual 1º vice-presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), e nas eleições de 2018 foi um dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Na resolução, o pastor argumenta que as proibições ligadas aos usos e costumes constantes da resolução “são princípios estabelecidos como doutrina na Palavra de Deus, e conservados como costumes desde de o início desta obra no Brasil”, apontando, por exemplo, que o uso da televisão pode estabelecer uma barreira entre o Lar e a Igreja.
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