Por que este professor de Harvard mudou de posição sobre o roubo das mensagens atribuídas a Moro e os procuradores da Lava Jato?
Logo depois que as conversas privadas atribuídas a Sergio Moro e aos procuradores da Lava Jato foram vazadas, um professor de Harvard condenou o suposto comportamento do ex-juiz e da força-tarefa.
Matthew Stephenson — professor de direito e especialista em estudos sobre corrupção — apontou uma “chocante e imperdoável quebra de ética jurídica”.
Passados seis dias, contudo, o mesmo professor de Harvard fez uma análise completamente diferente.
Ele é categórico na nova avaliação do episódio:
“O propósito desses vazamentos é desacreditar a Lava Jato…”
Por que o especialista mudou de opinião? O que aconteceu no intervalos de seis dias?
Ele diz que havia sido “apressado” na primeira avaliação e que, desde então, se aprofundou no assunto e ouviu “dúzias” de especialistas.
Em entrevista exclusiva ao repórter Duda Teixeira, o professor de Harvard explica por que acredita que o objetivo dos vazamentos é desacreditar a Lava Jato — confira no trecho a seguir:
Crusoé: Por que acredita que esse era o objetivo dos vazamentos?
Matthew Stephenson: Por que mais alguém enfrentaria todas as dificuldades de hackear o celular de um procurador e entregar o conteúdo das mensagens para jornalistas que, independentemente do grau de integridade e de credibilidade, são altamente hostis à operação? Tudo foi feito para isso…
O especialista faz ainda um alerta aos brasileiros:
O que aconteceu no Brasil foi que um ator externo se envolveu em uma operação de hacker para obter informações privadas a serem divulgadas de maneira seletiva, com o objetivo de favorecer uma agenda. O fim último era desacreditar os procuradores, o ministro e a Operação Lava Jato. Esse agente externo pode ter feito isso por uma razão ideológica, para desestabilizar a política brasileira ou proteger corruptos. Os brasileiros e cidadãos do todo o mundo devem prestar atenção nisso. Se existe um grupo, patrocinado ou não por outro governo, envolvido nesse tipo de operação, com esses objetivos, isso deveria ser extremamente preocupante para qualquer um…
A entrevista do professor de Harvard faz parte da Edição Especial da revista Crusoé que reúne reportagens, entrevistas e análises exclusivas sobre o passado e o futuro da maior operação anticorrupção da história.
Apurações, entrevistas e artigos exclusivos jogam luz sobre os desdobramentos e também as motivações do roubo e vazamento das mensagens atribuídas a Sergio Moro e a procuradores da Lava Jato.
São conteúdos que você não pode perder:
A reportagem de capa, assinada pelos repórteres Fabio Serapião e Mateus Coutinho, mostra como maior operação anticorrupção da história mudou a maneira de o Brasil lidar com criminosos do colarinho branco.
E por que tentar enterrá-la, como muitos tentam fazer, é jogar contra o futuro do país.
Em outra apuração, o repórter Caio Junqueira revela que congressistas enrolados aproveitam os vazamentos de mensagens de Moro e dos procuradores para, nos bastidores, operar contra a Lava Jato.
Mario Sabino e Diogo Mainardi também entram no assunto, em suas colunas inéditas.
Sabino analisa os detalhes do episódio do roubo e vazamento das mensagens e afirma:
“Grampo ilegal é sequestro.”
Mainardi diz que o futuro da Lava Jato está nas mãos do ministro Celso de Mello, do STF.
Tem mais:
Duda Teixeira revela, em outra reportagem, a doce vida europeia de Jean Wyllis: o ex-BBB — que cedeu o mandato de deputado federal para o ativista David Miranda, companheiro de Glenn Greenwald, do site The Intercept — apostou no plano de multiplicar seu capital político como opositor “exilado” do governo Bolsonaro.
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