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Para um país que já tentou matar o presidente, tocar fogo em floresta é fácil



O radicalismo político no Brasil está em nível tão avançado, que teorias conspiratórias já não são mais encaradas meramente como teorias, mas como possibilidades reais. 

Se em agosto de 2018 dissessem que alguém tentaria esfaquear um candidato à presidência da República no mês de setembro, em plena luz do dia, diante de uma multidão, certamente a maioria não acreditaria. 

O que dizer, então, da possibilidade de fogo criminoso na floresta amazônica?

A declaração do presidente Jair Bolsonaro na manhã desta quarta-feira (21) causou alvoroço na mídia. Ele afirmou que após cortar 40% de verba pública para ONGs que, supostamente, atuam para a proteção da Amazônia, o aumento repentino das queimadas observado nos últimos dias pode ter sido provocado propositadamente.
Questionado sobre queimadas ilegais, Bolsonaro disse: “O crime existe e temos que fazer com que esse crime não aumente. Mas nós tiramos dinheiro de ONGs, repasses de fora, dos quais 40% iam para ONGs, não tem mais, acabamos com repasses de órgão públicos para ONGs, de modo que esse pessoal está sentindo a falta do dinheiro".
"Então, pode estar havendo ação criminosa desse 'ongueiros' para chamar atenção contra a minha pessoa, contra o governo do Brasil. Essa é a guerra que estamos enfrentando”, disse o presidente, mas ponderando em seguida: “Não estou afirmando, mas no meu entender, há interesse dessas ONGs que representam interesse de fora do Brasil”.

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