Na TV, Trump confirma muro e diz que pode pedir conselhos a Bill Clinton
Em sua primeira entrevista após ser eleito presidente dos EUA, Donald Trump voltou a afirmar no domingo (13) que irá construir um muro na fronteira com o México e estimou em até 3 milhões o número de pessoas que podem ser inicialmente deportadas do país.
Mas o republicano abrandou um pouco o discurso em relação ao sistema de saúde do atual presidente, e também aproveitou para elogiar enfaticamente sua adversária, a democrata Hillary Clinton, e o marido dela, o ex-presidente Bill Clinton.
Ao lado da mulher, Melania, e de seus quatro filhos mais velhos, Donald Jr., Eric, Ivanka e Tiffany, ele concedeu a entrevista à jornalista Lesley Stahl, para o programa 60 Minutes, da CBS. A gravação aconteceu na sexta-feira, na cobertura de Trump, em Nova York.
Ao ser perguntado pela entrevistadora se aceitaria uma cerca no lugar do muro na fronteira com o México, já que esta seria a versão debatida pelo Partido Republicano no Congresso, ele afirmou que sim, em partes. “Para algumas áreas eu aceitaria, mas para outras um muro é o mais apropriado”.
Ele então falou sobre os processos de deportação. Durante a campanha eleitoral, Trump chegou a dizer que deportaria todos os imigrantes ilegais, cerca de 11 milhões de pessoas, e que depois permitiria que “boas pessoas” retornassem legalmente aos Estados Unidos.
Na entrevista ele reduziu bastante a cifra, ao dizer que o foco inicial serão pessoas com históricos de crime. "O que iremos fazer é pegar essa gente que é criminosa e tem fichas criminais, membros de gangues, traficantes, temos muitas dessas pessoas, provavelmente dois milhões, talvez três milhões. Vamos tirá-los do nosso país ou prendê-los. Mas vamos tirá-los de nosso país, eles estão aqui ilegalmente. Depois que as fronteiras estiverem seguras e que tudo se normalizar, vamos cuidar das pessoas de quem você está falando. Que são pessoas incríveis. Mas, antes de fazer isso, é muito importante tornar as fronteiras seguras”, afirmou.
Outro ponto marcante na campanha foi sua promessa de “revogar e substituir imediatamente” o Obamacare. Na entrevista, porém, ele admitiu que estuda manter parte das coberturas, porque “elas são a parte mais forte” do programa. Quando perguntado se isso seria aplicado a pessoas com condições pré-existentes, ele confirmou e incluiu também filhos de até 26 anos que moram com os pais. “Isso acrescenta custos, mas é algo que tentaremos muito manter”.
Trump também tranquilizou aqueles que poderiam ficar sem cobertura entre a revogação do Obamacare e a instauração de seu substituto, sobre o qual não forneceu detalhes. Segundo o presidente eleito, não haverá um intervalo que deixe pessoas desamparadas. “Vamos fazer isso simultaneamente, elas ficarão bem. É isso que eu faço, faço um bom trabalho. Sei como fazer as coisas”, disse. “E será um ótimo sistema de saúde, por muito menos dinheiro”.
Donald Trump disse ainda que o Twitter é uma ferramenta muito eficiente para "espalhar a palavra" e que certamente contribuiu para sua vitória na eleição. Ele garantiu, porém, que será "muito restrito" após assumir a presidência e que talvez não poste muitas coisas.
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