Morre a cantora Beth Carvalho, aos 72 anos
A cantora Beth Carvalho, um dos mais importantes nomes do samba, morreu nesta terça-feira, no Rio. Ela estava internada por causa de problemas na coluna que a atormentavam há anos. A mangueirense Beth tinha 72 anos e a princípio cantaria no Vivo Rio no próximo fim de semana, mas os problemas de saúde a obrigaram a cancelar.
Aonde ela foi, sambista nenhum jamais chegou: Marte. Em 1997, a interpretação de BethCarvalho para “Coisinha do pai”, de Jorge Aragão, foi escolhida pela Nasa para “acordar” o robô Sojourner, enviado em missão ao planeta vermelho.
Beth despertou para o mundo no mesmo lugar que serviu de berço para o samba. Elizabeth Santos Leal de Carvalho nasceu, dia 5 de maio de 1946, no bairro da Gamboa, região portuária do Rio de Janeiro, área onde o samba surgiu, no começo do século passado. Mas Beth foi criada mesmo na Zona Sul, onde desenvolveu três paixões: o Botafogo, a Mangueira e o PDT de Leonel Brizola.
A música estava próxima desde o começo. A avó tocava bandolim e violão; a irmã cantava. Bethouvia desde cedo a Rádio Nacional, mas também tinha música ao vivo em casa. O pai, advogado, era amigo de cantores, que frequentavam a casa da família. Beth ouviu do sofá gente como Silvio Caldas e Elizeth Cardoso.
No carnaval, subia num caixote com a mãe para ver a Mangueira passar, numa época em que a Portela ganhava todos os carnavais. Decorava todos os sambas-enredo do ano. Só ficou difícil quando, aos 17 anos, arrumou um namorado que odiava a folia. Numa terça-feira gorda, ao se ver sozinha em casa, Beth não pensou duas vezes: vestiu a fantasia de havaiana, ligou a TV e sambou até de madrugada.
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