É assim que jornalismo investigativo funciona, Greenwald
Mario Sabino, em sua coluna na Crusoé, explica por que jamais permitiu que publicassem, sob os seus auspícios, reportagens com grampos ilegais (ou mensagens roubadas):
“Como já expliquei a quem me perguntou, uma coisa é publicar grampos legais de interesse público, dentro de um devido processo judicial, ou documento oficial que o governo não quer divulgar. Grampo ilegal é encrenca porque você nunca pode atestar integralmente a autenticidade do que caiu nas suas mãos. Para mim, trata-se de um crime que está na mesma categoria do sequestro. Ou é para executar a pessoa grampeada ou é para cobrar resgate.
Em 2005, jornalistas que trabalhavam diretamente subordinados a mim descobriram que havia uma máfia que direcionava os resultados do Campeonato Brasileiro de Futebol. Eles tiveram acesso a um grampo ilegal, feito pelo sujeito que alertara os repórteres. Na gravação, um árbitro conversava sobre o esquema. Vetei a publicação do diálogo e disse, com a concordância da editora da seção, que era preciso informar o Ministério Público e a PF sobre a existência da máfia (…).
Paralelamente ao trabalho das autoridades, os jornalistas realizaram as suas próprias apurações, cruzando relatos de estranhezas em partidas e placares, em colaboração com a Justiça (sim, Greenwald, é assim que jornalismo investigativo funciona). Sem cumpliciar-se com a ilegalidade, a Veja conseguiu interromper o Campeonato Brasileiro e ajudou a desbaratar a máfia que comprometia a principal competição de futebol do país.”
Leia a coluna completa aqui.
Pergunta a Glenn Greenwald, do Intercept:
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